
Bahia
Badaró avalia estratégia para diminuir casos suscetíveis no combate ao coronavírus
Segundo o infectologista, alto número de mortes reflete uma explosão no índice de pessoas infectadas pela doença

Foto: Matheus Simoni/Metropress
O médico infectologista dr. Roberto Badaró traçou qual a estratégia necessária para evitar uma propagação cada vez maior do coronavírus na Bahia e nos municípios. Em entrevista a Mário Kertész hoje (14), na Rádio Metrópole, ele avaliou os momentos de registro da pandemia e a curva de novos casos em relação ao número de mortes. "Com o volume de informações que a gente tem, todo mundo começa a achar que é entendido em epidemia e aí começam a divulgar coisas que, lamentavelmente, podem tomar direções catastróficas. Eu vi os números e a mensagem para a população é fundamental. O gestor tem que tomar atitude, mas a população tem que ter essas atitudes: compaixão, solidariedade, paciência e tolerância. De que adianta dizer tem 188 mil casos, 13 mil mortes e mais de 6 mil na Bahia? Temos que entender o que o número nos diz", declarou Badaró.
"A primeira fase é de crescimento lento. Já passamos essa, é claríssimo, ocorreu em fevereiro e março e os casos não passam da dezena. Depois vem o crescimento rápido, que estamos vivendo agora com crescimento exponencial. A terceira é uma eventual queda na transmissão devido a diminuição no número de susceptíveis riscos, se a gente admite que a infecção leva à imunidade. Ainda não temos esse dado internacional, mas aparentemente é isso que estamos vendo", acrescentou o especialista.
Badaró apontou a importância do indicativo de mortes para medir a quantidade de pessoas infectadas pela doença. "Quando a primeira morte ocorreu nos dados de Itália e Londres, já tinham mais de 78% casos registrados. Quanto mais aumenta o número de mortes, significa que já temos um número avançado de pessoas infectadas. A duração média da pandemia é de dois a três meses. O que devemos fazer com essas medidas é reduzir o número de mortes. Claro que a pandemia vai passar e o número de pessoas suscetíveis é que vai dizer quanto tempo ela vai passar, se mais ou menos. Se está ocorrendo 10 mil mortes, há um número enorme de infectados", avaliou.
Ainda segundo o infectologista, medidas de confinamento são as mais úteis para evitar que o vírus se alastre. Além disso, estratégias de higiene também devem ser levadas em conta pela população. "O número vai reduzir se a gente fizer o confinamento, usar a máscara e se esconder do vírus. O número de suscetíveis vai passar e os casos vão diminuir também. Os gestores da Bahia estão acertando aqui na Bahia, apertando o cinto", disse o médico.
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