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Sábado, 13 de abril de 2024

Bahia

Governador não entende porque investigações sobre respiradores pararam

Embora tenha dito que não pretendia realizar uma "análise jurídica" da questão, como cidadão, ele se disse surpreso com a atitude

Governador não entende porque investigações sobre respiradores pararam

Foto: Paula Fróes/GOVBA

Por: Cristiele França no dia 13 de junho de 2020 às 18:09

O governador Rui Costa (PT) se disse estarrecido com a decisão do Ministério Público da Bahia (MP-BA) de interromper as apurações referentes à Operação Ragnarok, que apura a contratação frustradas de respiradores pelo Consórcio Nordeste.  "Quando a investigação está em curso, vai um promotor do Ministério Público e pede para desistir da ação, para paralisar a ação e eventualmente autorizar a remessa para o STJ [Superior Tribunal de Justiça] - quando o STJ não se manifestou e não houve manifestação do procurador-geral da República", lamentou.  

Embora tenha dito que não pretendia realizar uma "análise jurídica" da questão, como cidadão, ele se disse surpreso com a atitude. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil na manhã de hoje (13). Durante a entrevista, Rui destacou que providências foram tomadas "imediatamente" no sentido de demandar a Secretaria de Segurança Pública (SSP) a realização da Operação Ragnarok.

Realizada no início deste mês, a operação teve como alvo a empresa Hempcare, que vendeu, mas deixou de entregar respiradores ao Consórcio do Nordeste. A ação culminou na prisão da dona da empresa, Cristiana Prestes, do seu sócio Luiz Henrique Ramos e do também empresário Paulo de Tarso, da Biogeoenergy. Eles permaneceram em custódia por uma semana, prestaram depoimento, mas foram liberados. 

"Infelizmente, e surpreendentemente, - não sou jurista para julgar -, o Ministério Público Estadual, em consulta ao procurador federal da Bahia, concluiu que deveria desistir da ação. Com a desistência, a juíza determinou a soltura dos três que estavam presos e já tinham confessado. Estavam predispostos, pelas declarações que deram, a devolver os recursos", avaliou o governador.

Rui acrescentou que, com os acusados em liberdade, as investigações estão paralisadas "há cinco dias". Ele também destacou que foi aberto e está em curso um processo cível na Procuradoria do Estado para apurar o episódio, atribuindo responsabilidade aos envolvidos. Um procedimento interno também foi aberto para averiguar se os protocolos internos foram seguidos pelos servidores públicos envolvidos no processo de firmar o contrato.


O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil nesta semana para apurar eventuais atos de improbidade administrativa relacionados ao contrato firmado pelo Consórcio Nordeste com a Hempcare no episódio da compra frustrada.