Bahia
24 deputados baianos assinam documento que chama ativismo LGBT de "imbecil"
24 deputados estaduais baianos assinaram um documento que chama o ativismo LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] de "imbecil" e que repudia a performance que crucificou uma mulher trans na Parada Gay de São Paulo, realizada no último domingo (7). O texto, com algumas informações equivocadas sobre a manifestação, é assinada por parlamentares de 13 partidos. [Leia mais...]
Foto: Daniel Mello/Agência Brasil
24 deputados estaduais baianos assinaram um documento que chama o ativismo LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] de "imbecil" e que repudia a performance que crucificou uma mulher trans na Parada Gay de São Paulo, realizada no último domingo (7).
De autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (PSC), a moção de repúdio — obtida primeiro pelo site Bahia Notícias — deve ser protocolada em breve, conforme confirmou a assessoria do parlamentar ao Metro1. Segundo o texto, a Parada produziu "cenas asquerosas e repugnantes", com "corpos nus em vias públicas, com manifestações especiais diante de templos e igrejas de diversas religiões, crucifixos adentrando ânus, depredação de imagens sacras, enfim, sacrilégios de toda natureza praticada por vários transsexuais, que inclusive imitavam pejorativamente a imagem do Senhor Jesus".
Na verdade, o único ato citado pelo texto que realmente aconteceu na celebração anual LGBT em São Paulo foi a crucificação da atriz trans Viviany Deleboni, 26. Outras imagens, como a simulação de um ato sexual com um crucifixo e o beijo entre um homem e um ator representando Jesus, foram erroneamente vinculadas à Parada Gay — nestes casos, respectivamente, as imagens são da Marcha das Vadias de 2013, no Rio de Janeiro, e de um documentário americano de 2012, chamado Corpus Christi: Playing with Redemption. Na primeira ocasião, inclusive, a organização da Marcha posicionou-se publicamente dizendo que o ato obsceno com a cruz não teve a anuência dos promotores do evento. O site e-farsas, conhecido por desmascarar informações falsas divulgadas na internet, mostrou a origem de algumas destas imagens que têm sido atribuídas à Parada.
Além de Isidório, 23 outros deputados assinam o documento, que fala até em "início da ditadura gay": Aderbal Caldas (PP), Adolfo Menezes (PSD), Alan Castro (PTN), Alex Lima (PTN), Ângela Sousa (PSD), Bobô (PC do B), Carlos Geílson (PTN), Carlos Ubaldino (PSD), David Rios (PROS), Herzem Gusmão (PMDB), Hildécio Meirelles (PMDB), Ivana Bastos (PSD), José de Arimatéia (PRB), Pastor Manassés (PSB), Nelson Leal (PSL), Pablo Barrozo (DEM), Pedro Tavares (PMDB), Reinaldo Braga (PR), Roberto Carlos (PDT), Robinho (PP), Sandro Régis (DEM), Soldado Prisco (PSDB) e Tom Araújo (DEM).
Em determinado trecho, o texto diz que o ativismo LGBT é "imbecil". "De acordo com a fé que exerço (a evangélica), Jesus, que sofreu horrores para nos salvar, desde a ressurreição não está mais na cruz! Mas, é inaceitável desfazer e zombar da fé alheia, associando um ativismo imbecil à imagem santa de Jesus. Uma ideia de profundo mau gosto que beira a sandice dando foco ao reino de Satanás", afirma o deputado, referindo-se à crucificação da atriz trans.
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