
Brasil
Jornal baiano de resistência à ditadura é disponibilizado em acervo do Instituto Vladmir Herzog
Nona edição do jornal, de janeiro de 1980, chega a denunciar uma prática de eletrochoque contra homossexuais

Foto: Reprodução
O jornal O Inimigo do Rei, editado em Salvador, na Bahia, distribuído nos últimos anos da ditadura, tem dez edições disponíveis no acervo digital de raros jornais alternativos e clandestinos publicados durante a ditadura militar (1964-1985).
A nona edição do jornal, de janeiro de 1980, chega a denunciar uma prática de eletrochoque contra homossexuais. Em outras edições disponíveis no acervo, há também uma cobertura da manifestação em defesa do aborto e denúncia de violência policial contra gays, prostitutas e travestis no centro de São Paulo. São abordados ainda os movimentos negro e de mulheres e a marginalização da maconha e de seus usuários.
O periódico mensal em Salvador, editado por Antônio Carlos Pacheco, foi criado em 1977 e distribuído até o início dos anos 1980. Com críticas à ditadura no Brasil, mas também a algumas alas da esquerda, se coloca como um veículo anarquista, de defesa da liberdade sexual e da ação direta, conforme explica o acervo Memórias da Ditadura.
A sede do jornal ficava na rua 21 de abril, nº 8, no Relógio de São Pedro, no bairro que hoje corresponde a Nazaré.
O acervo reúne ainda mais de 10 mil páginas de periódicos de todas as regiões do Brasil e vídeo do baiano Armênio Guedes, responsável pela direção de revistas e jornais de esquerda — uma das 42 entrevistas gravadas com profissionais que atuaram na imprensa de resistência durante a ditadura.
Clique aqui para acessar as edições: Memórias da Ditadura
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.