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Em um clima de polarização política, médicos escolhem novos integrantes do Conselho Federal de Medicina nesta quarta-feira

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Em um clima de polarização política, médicos escolhem novos integrantes do Conselho Federal de Medicina nesta quarta-feira

Os últimos dias do processo têm sido marcados por assédio aos médicos votantes e até por restrição de entrevistas de candidatos

Em um clima de polarização política, médicos escolhem novos integrantes do Conselho Federal de Medicina nesta quarta-feira

Foto: Divulgação/CFM

Por: Metro1 no dia 07 de agosto de 2024 às 12:26

Atualizado: no dia 07 de agosto de 2024 às 12:27

Termina nesta quarta-feira (7) a eleição para a escolha dos conselheiros do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os últimos dias do processo têm sido marcados por assédio aos médicos votantes e até por restrição de entrevistas com candidatos. O teor ideológico na campanha é tão intenso que até mesmo a disputa presidencial americana tem contaminado as discussões.

Em um grupo de WhatsApp de médicos de São Paulo, os profissionais têm apelado para a identificação partidária dos candidatos — inclusive com menções a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à Casa Branca este ano. Um dos participantes comemorou na terça-feira a ideia de ir armado ao plantão de trabalho caso a chapa 02 seja eleita. Outro diz que a chapa vencedora tem de ser “de direita, armamentista e contra cubanos”, e “republicana trumpista”, completou. Uma médica comentou: “Make medicine great again”.

Os profissionais se referiam à chapa 02, “a única chapa de direita de verdade para o CFM 2024″, de acordo com um dos posts de campanha com a foto do candidato Francisco Cardoso, ao lado de figuras como o empresário Luciano Hang, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

Polêmicas

Como já mostrado pelo Jornal Metropole, em grupos da categoria, médicos de todo o país vêm recebendo uma série de cards e outros tipos de propaganda com frases como “Garantidamente anti-Lula”, “anti-PT”, “chapas de direita”, “Não deixaremos Lula e Padilha comandarem o CFM” e até “Luciano Hang apoia essas chapas”. A estratégia expõe a partidarização dentro do conselho, que já soma uma série de decisões vistas pela categoria como conservadoras, negacionistas e alinhadas ao bolsonarismo.

O CFM passou a restringir entrevistas de candidatos e permitiu a cassação de chapas que desrespeitem "símbolos nacionais" e a própria instituição.  A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) chegou a criticar, em nota, o que chamou de "cerceamento da liberdade de expressão" de candidatos e apontou que não há como uma chapa de oposição fazer campanha sem fazer críticas ao CFM.