
Brasil
Câmara debate possível abuso de poder econômico do Ifood contra entregadores
Desde março, entregadores vêm organizando uma greve nacional contra o iFood e outros aplicativos, por melhores condições de trabalho

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados debate nesta quarta-feira (23), as cobranças de taxas e possível abuso de poder econômico da plataforma Ifood. A discussão atende a pedido do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
Segundo o parlamentar, essas cobranças podem estar gerando impactos negativos para pequenos comerciantes e consumidores. “O iFood, conforme dados da Abrasel, detém cerca de 82,2% do mercado de delivery no Brasil, exercendo um domínio que, segundo relatos de associações e dos próprios comerciantes, tem dificultado a negociação de taxas mais justas e prejudicado as margens de lucro”, afirmou.
O deputado acrescentou que as taxas cobradas pelo iFood, que variam de 12% a 27% por pedido, além de uma mensalidade, são apontadas como um fator para o aumento dos preços dos produtos oferecidos no aplicativo. Muitas vezes, os comerciantes ainda absorvem parte do custo.
“Outra questão que merece atenção é a alegação de que o iFood estaria praticando uma espécie de “venda casada”, ao condicionar a participação de restaurantes em sua plataforma à aceitação de determinadas condições contratuais, que podem incluir a exclusividade ou a preferência em relação a outros aplicativos”, completou Auro Ribeiro.
Desde março, entregadores vêm organizando uma greve nacional contra o iFood e outros aplicativos, por melhores condições de trabalho. Entre as pautas estão: a definição de uma taxa mínima por corrida, do aumento da remuneração por quilômetro rodado e da limitação da atuação das bicicletas a uma determinada distância.
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