
Brasil
PF conclui que Abin espionou alvos pré-determinados com programa secreto no governo Bolsonaro
Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da agência, foram indiciados

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
A Polícia Federal concluiu que servidores da Abin usaram um programa secreto, chamado FirstMile, para monitorar desafetos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ferramenta explorava falhas na telefonia brasileira para rastrear a localização de celulares de alvos específicos. Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da agência, foram indiciados.
O software, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, acessava dados via Estações Rádio Base (ERBs), simulando antenas para identificar aparelhos conectados e rastrear coordenadas. Segundo a PF, a espionagem atingiu membros do Judiciário, do Congresso e jornalistas, configurando o maior escândalo de monitoramento ilegal da história do país.
Relatório técnico apontou que o sistema se aproveitava de vulnerabilidades no protocolo SS7, usado em redes 2G e 3G, que responde a solicitações de dados sem verificar sua origem. Em audiência no STF, autoridades da PF e da Anatel alertaram que o uso de ferramentas estrangeiras pode comprometer a segurança nacional, já que o Brasil possui cerca de 15 mil prestadoras de serviços de telecomunicações.
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