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Alckmin diz que Lula está aberto ao diálogo com Trump: "Não criamos o problema, mas estamos prontos para resolvê-lo"
Vice-presidente afirma que 35% das exportações brasileiras serão afetadas, mas plano de contingência está pronto

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta quinta-feira (31) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está disposto a conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a nova tarifa imposta a produtos brasileiros.
“O presidente Lula está aberto ao diálogo. Conversa de presidente precisa ser preparada. Lula está aberto ao diálogo. Se depender dele, o diálogo era ontem. Mas isso precisa ser preparado. Não criamos o problema, mas estamos prontos para resolvê-lo”, disse Alckmin em entrevista ao Mais Você, da TV Globo.
Segundo o vice-presidente, cerca de 35% da pauta exportadora do Brasil aos EUA será afetada pela medida, que entra em vigor em 6 de agosto. Ainda de acordo com ele, 45% da pauta foi incluída na lista de exceções de Trump, como suco de laranja, petróleo e minerais. Os demais 20% incluem aço, alumínio e automóveis, que já vinham sendo sobretaxados globalmente.
“Vamos nos debruçar nesses 35%, preservar emprego, a produção e avançar em mercados. A negociação não acabou hoje, ela começa hoje”, afirmou.
Plano de contingência
Alckmin também disse que o governo já tem um plano de contingência praticamente pronto, com foco em preservar empregos e a produção. Caberá a Lula decidir quais medidas serão colocadas em prática. “Ninguém vai ficar desamparado”, afirmou o vice-presidente.
A ideia do governo, segundo ele, é construir um plano com o menor impacto fiscal possível. Parte dos gastos pode ser excluída do cálculo da meta fiscal, como já aconteceu com as despesas para o enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul.
Entenda
As declarações de Alckmin ocorrem um dia após Trump assinar o decreto que institui a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. No documento, o presidente dos EUA justifica a medida com base em uma “emergência nacional”, alegando que o governo brasileiro estaria tomando ações que afetam a economia americana e ameaçam a liberdade de expressão, além de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Também nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi alvo de sanções dos EUA pela Lei Magnitsky. Em resposta, Lula defendeu o ministro e a soberania brasileira.“O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa”, diz nota oficial do Planalto.
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