
Brasil
Defensoria Pública do Rio libera corpos de 117 mortos em operação
Megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão resultou em 121 mortos, prisões e apreensão de 120 armas e explosivos avaliados em R$ 12,8 milhões

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou neste domingo (2) que todos os corpos das 117 pessoas mortas na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão foram liberados.
A ação, realizada pelo governo do estado contra o Comando Vermelho na terça-feira (28), resultou em 121 mortos, incluindo quatro policiais, tornando-se a operação mais letal da história do Brasil, superando o massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos em outubro de 1992.
Segundo a Defensoria, a perícia do Instituto Médico-Legal (IML) foi oficialmente concluída, e o órgão continua acompanhando o caso e oferecendo assistência às famílias. Anteriormente, o pedido da Defensoria para acompanhar as perícias no IML havia sido negado, apesar de estar previsto na ADPF das Favelas, decisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Do total dos mortos identificados, 43 tinham mandados de prisão em aberto e ao menos 78 possuíam antecedentes criminais, conforme dados da Polícia Civil. Outras 54 vítimas eram naturais de outros estados, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás e Espírito Santo. A investigação aponta que o Rio de Janeiro abriga lideranças do Comando Vermelho de quatro das cinco regiões do país, evidenciando o alcance nacional da facção.
A polícia também informou que um terço dos presos na operação era de fora do estado. Segundo as investigações, os complexos da Penha e do Alemão funcionam como centros de comando, treinamento e decisão da facção, com movimentação estimada de 10 toneladas de drogas por mês e comércio de cerca de 50 fuzis mensalmente.
Além das prisões, a ofensiva policial resultou na apreensão de 120 armas, sendo 93 fuzis, além de explosivos, munições e equipamentos militares usados pelo grupo criminoso. O material, avaliado em R$ 12,8 milhões pela Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, inclui armamentos provenientes de países como Venezuela, Argentina, Bélgica e Rússia, com modelos utilizados em zonas de guerra, como AK-47, AR-10 e G3.
A operação teve como objetivo prender lideranças do Comando Vermelho investigadas em denúncia do Ministério Público do Rio. Entre os alvos estava Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, apontado como uma das principais lideranças da facção, que permanece foragido.
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