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Brasil pode enfrentar nova era de racionamentos de água até 2050
Estudo alerta para aumento da demanda, impacto climático e risco de desertificação no país

Foto: Agência Brasil
O Brasil pode viver uma nova era de racionamentos de água até 2050, com média de 12 dias de interrupção anual no abastecimento. Em regiões mais secas, como Nordeste e Centro-Oeste, o número pode ultrapassar 30 dias. A projeção está no estudo “Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas”, divulgado pelo Instituto Trata Brasil e pela consultoria Ex Ante. O levantamento aponta que a demanda por água tratada deve crescer 59,3% nas próximas duas décadas, impulsionada pelo aumento das temperaturas, pela urbanização e pelo avanço econômico.
As projeções indicam que, até 2050, a temperatura máxima nas cidades brasileiras deve subir cerca de 1°C e a mínima, 0,47°C, reduzindo os dias de chuva e intensificando eventos extremos. Isso pode agravar a aridez, diminuir a reposição de mananciais e ampliar o risco de desertificação em novas áreas. O estudo revela ainda que cada 1°C adicional pode elevar o consumo per capita de água em 24,9%, e que os efeitos climáticos podem aumentar a demanda total em 12,4% além do previsto pelo crescimento populacional e econômico.
Atualmente, 40,3% da água tratada no país é perdida por vazamentos, ligações clandestinas ou falhas operacionais, o equivalente a 7 bilhões de metros cúbicos por ano. Se o Brasil reduzir essas perdas para 25%, como prevê o Plano Nacional de Saneamento, a necessidade de produção de água tratada cairia em 2 bilhões de metros cúbicos. Mesmo assim, o estudo alerta que Nordeste e Centro-Oeste devem enfrentar os piores cenários, com mais de 30 dias de racionamento por ano e impactos diretos sobre a saúde pública, o abastecimento urbano e a produção agrícola.
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