
Brasil
Asbai alerta para impacto das mudanças climáticas na saúde
Em carta enviada à conferência, associação destaca aumento de doenças alérgicas e respiratórias causado pela poluição e pelo aquecimento global e defende políticas urgentes de proteção ambiental

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), enviou uma carta ao presidente da COP30, manifestando uma preocupação com os efeitos negativos que o aquecimento global, as mudanças climáticas e a poluição provocam na saúde da população, agravando doenças alérgicas e respiratórias. Essa temática será abordada no 52º Congresso de Alergia e Imunologia que a entidade realiza no período de 13 a 16 deste mês, em Goiânia, na semana da COP30.
“Esse é um assunto que nos preocupa de longa data, porque nós sabemos que as doenças que tratamos aqui no campo da alergia e da imunologia sofrem um impacto muito considerado das mudanças climáticas e da alteração do meio ambiente. Sabemos que essas doenças têm um caráter genético, que é hereditário de família a família, mas a genética não é suficiente para desencadear todo esse arsenal de doenças“, disse a presidente da Asbai, Fátima Rodrigues Fernandes, em entrevista para a Agência Brasil.
Fátima pontuou a importância de considerar que os fatores ambientais, as mudanças climáticas, o aquecimento global, o aumento da poluição vão acarretar alteração das defesas, levando a uma inflação das mucosas respiratórias e da pele também, facilitando a reação inflamatória que caracteriza doenças como a asma, por exemplo.
As mudanças climáticas e a poluição estão ampliando a incidência de doenças como rinite alérgica, conjuntivite e dermatite atópica, segundo a presidente. Ela explica que o aumento da poluição eleva a concentração de partículas e gases como o CO₂, intensificando a formação de alérgenos, pólens, fungos e ácaros, agravados por eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul.
Estudos do INPE mostram que o aumento de incêndios florestais, especialmente na Região Norte, espalha fumaça por todo o país e eleva os casos de doenças respiratórias, afetando principalmente crianças, idosos, gestantes e populações vulneráveis.
Fátima também alertou para os riscos dos microplásticos, que contaminam água e alimentos, comprometendo o sistema imunológico e aumentando alergias alimentares. Ela defendeu políticas urgentes contra o aquecimento global e a poluição plástica, e afirmou que a COP30 deve ser uma oportunidade para fortalecer o Tratado Global contra a Poluição Plástica, garantindo medidas reais de proteção à saúde e ao meio ambiente.
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