
Brasil
Mulher é resgatada após 36 anos em condição análoga à escravidão em PE
Os responsáveis pela casa deverão pagar uma indenização pelos próximos 100 anos

Foto: Divulgação/MTE
Uma mulher de 54 anos foi resgatada no Recife após viver desde 1989 em situação análoga à escravidão. Segundo os fiscais, ela chegou a receber salário por um período, mas depois deixou de ser paga sob a justificativa de que era "como um membro da família", mesmo realizando todas as tarefas da casa.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, ela trocava sua mão de obra por moradia e alimentação e era a responsável por manter a casa em funcionamento. O procurador do Trabalho, Leonardo Osório, afirmou que esse tipo de relação, comum no passado, não pode mais ser aceito e configura uma das formas mais graves de exploração.
Após a confirmação da irregularidade, os responsáveis pela casa assinaram um Termo de Ajuste de Conduta e se comprometeram a pagar uma indenização pelos próximos 100 anos. A operação também resgatou outros três trabalhadores, após denúncias anônimas feitas aos órgãos de fiscalização.
Osório ressaltou que a ideia de que a trabalhadora é “parte da família” atrapalha a identificação de abusos, já que ela não tem os mesmos direitos nem o mesmo tratamento que os demais. Ele reforçou a importância de denunciar casos de trabalho análogo à escravidão, o que pode ser feito de forma anônima pelo site do Ministério Público do Trabalho ou pelo Disque 100.
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