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Haddad cobra articulação com os EUA para combater evasão e lavagem de dinheiro

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Haddad cobra articulação com os EUA para combater evasão e lavagem de dinheiro

Ministro destaca uso de Delaware como paraíso fiscal e pede avanço no projeto sobre devedor contumaz

Haddad cobra articulação com os EUA para combater evasão e lavagem de dinheiro

Foto: Washington Costa/MF

Por: Metro1 no dia 27 de novembro de 2025 às 14:19

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira (27) a necessidade de um diálogo direto com o governo dos Estados Unidos para reforçar o combate à evasão de divisas e à lavagem de dinheiro, no mesmo dia em que a Receita Federal deflagrou uma megaoperação contra fraudes no setor de combustíveis.

Segundo ele, criminosos têm usado o estado de Delaware como paraíso fiscal para enviar recursos ilegalmente ao exterior e depois repatriá-los como se fossem investimentos estrangeiros. “A última operação foi de R$ 1,2 bilhão de envio para esses fundos em Delaware, e que voltam pra cá na forma de aplicação, como se fosse um investimento estrangeiro. Mas, na verdade, o dinheiro saiu daqui”, disse.

Haddad afirmou que já discutiu o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacando a urgência de uma articulação internacional. Ele também afirmou que a Polícia Federal atuará na recuperação de ativos no exterior e deverá acionar a Interpol.

O ministro relatou que o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro já recebeu uma representação com 300 páginas detalhando o esquema criminoso, para dar andamento às investigações.

A Operação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta, cumpriu mandados na Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, desarticulando uma rede de sonegação e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. A ação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que havia fechado dezenas de postos no Maranhão, Piauí e Tocantins.

A Receita Federal identificou 17 fundos ligados ao grupo investigado, somando R$ 8 bilhões em patrimônio, muitos deles fundos fechados com apenas um cotista, usados para ocultação. Segundo Haddad, é necessário combater também o “andar de cima”, responsável por irrigar atividades criminosas com bilhões de reais.

O ministro voltou a pedir ao Congresso que conclua a votação do projeto de lei do devedor contumaz, que cria regras específicas para punir quem sonega impostos de forma recorrente. O texto já passou pelo Senado e aguarda análise na Câmara. Haddad afirmou que o projeto é equilibrado, protege a imensa maioria dos contribuintes honestos e fortalecerá o combate à sonegação caso seja sancionado ainda este ano.