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Após um mês da megaoperação, Corregedoria prende cinco PMs por suspeita de crimes no RJ
Câmeras corporais apontam indícios de furto de fuzil e outras irregularidades durante a operação Contenção nos complexos da Penha e do Alemão

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu nesta sexta-feira (28) cinco policiais do Batalhão de Choque, suspeitos de crimes durante a megaoperação Contenção, que deixou 122 mortos nos complexos da Penha e do Alemão. A ação completou um mês hoje.
As prisões foram motivadas por análises de câmeras corporais usadas pelos agentes. Segundo a investigação, os vídeos indicam possíveis delitos, entre eles o furto de um fuzil apreendido após um tiroteio.
Três dos cinco policiais foram identificados como o terceiro sargento Eduardo de Oliveira Coutinho, o subtenente Marcelo Luiz do Amaral e o segundo sargento Diogo da Silva Souza. O sistema do Tribunal de Justiça não informa quem são seus advogados, e a PM não confirmou se eles já constituíram defesa.
Outros cinco integrantes do Choque são alvos de mandados de busca e apreensão. O caso está sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que "não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".
A decisão do juiz Thales Nogueira Cavalcanti Venancio Braga, do Tribunal de Justiça do Rio, registra que as gravações não deixaram claro o destino do fuzil nem o encaminhamento de peças retiradas de um veículo. Para ele, as ações configuram "gravíssima violação aos deveres funcionais militares e potencial afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e da transparência", representando risco à ordem pública militar.
Um relatório da operação aponta que equipes do Choque trocaram tiros com suspeitos que se escondiam em uma casa. A unidade fez 27 prisões e registrou uma morte por intervenção policial. Foram apreendidos 22 fuzis, cinco pistolas, um revólver, carregadores, munição, drogas e R$ 787. Os investigados não aparecem na lista de policiais que registraram oficialmente as armas recolhidas.
No total, 210 policiais do Choque participaram da megaoperação, atuando na ocupação das vias da Penha que dão acesso à Vila Cruzeiro. Eles não entraram na área de mata. O relatório foi anexado pela Promotoria aos documentos enviados ao STF no âmbito da ADPF 635.
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