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Fachin alerta para “estarrecedores” casos de violência contra mulheres no Brasil

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Fachin alerta para “estarrecedores” casos de violência contra mulheres no Brasil

Presidente do STF reafirma compromisso do Judiciário com proteção às vítimas

Fachin alerta para “estarrecedores” casos de violência contra mulheres no Brasil

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 03 de dezembro de 2025 às 17:15

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, afirmou nesta quarta-feira (3) que o Poder Judiciário está profundamente preocupado com os “estarrecedores” episódios de violência contra a mulher registrados no país. A declaração ocorreu após novos casos de grande repercussão, como o feminicídio da professora e pesquisadora Catarina Karsten, de 31 anos, assassinada em Florianópolis após ser violentada sexualmente enquanto fazia uma trilha na Praia do Matadeiro.

Ao abrir a sessão da Corte, Fachin destacou que o Judiciário reafirma seu compromisso de proteger as mulheres, responsabilizar criminalmente os agressores e oferecer acolhimento às vítimas. Segundo ele, os números mostram que “mulheres e meninas têm medo de sair de casa e não voltar, enquanto outras têm medo de ser agredidas em seus locais de trabalho ou até em seus próprios lares, onde mais sofrem violência”.

Outros casos recentes reforçam o alerta. Em São Paulo, uma mulher de 31 anos teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro; o motorista, com quem ela havia se relacionado, foi preso e o caso é investigado como feminicídio. Em outro episódio, um homem invadiu a pastelaria onde sua ex-companheira trabalhava e atirou contra ela com duas armas. No Recife, um homem de 39 anos foi preso após incendiar a casa onde estavam sua esposa grávida e os quatro filhos do casal; Isabele Gomes, de 40 anos, e as crianças, de 1 a 7 anos, morreram.

Fachin ressaltou ainda que a proteção da dignidade das mulheres é um dever constitucional e fez um apelo por transformação social. “É urgente uma mudança cultural profunda: que o Brasil reconheça a gravidade da violência de gênero; que o silêncio, o preconceito e a naturalização de atitudes machistas deem lugar à denúncia, ao apoio às vítimas e à exigência de responsabilização”, afirmou.

Dados do Ministério das Mulheres mostram que, no ano passado, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos e casos de lesão corporal seguida de morte contra mulheres no país.