
Brasil
Glauber acusa “tentativa de silenciamento” após ser retirado à força da cadeira da presidência da Câmara
Deputado afirma que ação da Polícia Legislativa foi desproporcional e critica diferença de tratamento em relação a episódios anteriores na Casa

Foto: Reprodução/TV Câmara
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou nesta terça-feira que está sendo alvo de uma tentativa de “silenciamento” após ter sido retirado à força da cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ocupou por cerca de uma hora durante a sessão.
“Só pedi ao presidente Hugo Motta foi que ele tivesse 1% do tratamento comigo que teve com aqueles que sequestraram a Mesa Diretora por 48h. Os caras ficaram 48h e eu fiquei nem uma hora e já foi suficiente”, declarou Glauber, que teve o paletó rasgado no tumulto. “Se imaginavam que esse era um passo para eu ficar quieto, estão enganados. Essa luta não acabou”, adicionou.
Após as declarações, o parlamentar se dirigiu ao serviço médico da Casa. Ele foi retirado por agentes da Polícia Legislativa, enquanto a transmissão da TV Câmara e do YouTube era interrompida.
Glauber enfrenta um pedido de cassação por quebra de decoro, sob acusação de ter empurrado e chutado um integrante do MBL durante um protesto no Congresso, em abril do ano passado. Durante a ocupação da cadeira de Motta, ele estava acompanhado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), sua esposa, e pelo deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ).
“Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história. Se o presidente da Câmara dos Deputados quiser tomar uma atitude diferente da que ele tomou com os golpistas que ocuparam essa mesa diretora e até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu, ficarei aqui até o limite das minhas forças” afirmou.
Por volta das 17h30, o plenário teve acesso restrito apenas a parlamentares, e a imprensa foi retirada da galeria pela Polícia Legislativa.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), colega de partido, evitou endossar diretamente a ação de Glauber, mas criticou o andamento do processo de cassação:
“É muita indignação por parte de Glauber. A solução era tirar de pauta a cassação”.
Em abril, Glauber realizou uma greve de fome por mais de uma semana em protesto contra o avanço de seu processo no Conselho de Ética. O movimento terminou após um acordo com Hugo Motta, que se comprometeu a não acelerar o rito e garantir tempo adequado para o deputado apresentar sua defesa.
“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, disse Motta na ocasião.
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