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PF aponta R$ 28,6 milhões em movimentações suspeitas em operação contra deputados

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PF aponta R$ 28,6 milhões em movimentações suspeitas em operação contra deputados

Relatório embasou a Operação Galho Fraco, que investiga Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy por suspeita de desvio de cotas parlamentares; ação foi autorizada pelo STF

PF aponta R$ 28,6 milhões em movimentações suspeitas em operação contra deputados

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 19 de dezembro de 2025 às 12:04

Atualizado: no dia 19 de dezembro de 2025 às 12:15

A Polícia Federal apontou ao Supremo Tribunal Federal a existência de R$ 28,6 milhões em movimentações financeiras consideradas suspeitas, sem justificativa plausível, em contas de assessores ligados aos gabinetes dos deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), além de funcionários do Partido Liberal e pessoas próximas aos parlamentares.

As informações constam em relatório parcial da PF, cujo sigilo foi levantado nesta sexta-feira (19) pelo ministro Flávio Dino, relator do caso no STF, e que embasou a deflagração da Operação Galho Fraco. Durante a ação, agentes apreenderam cerca de R$ 400 mil em dinheiro vivo em um dos endereços de Sóstenes Cavalcante, que é líder do PL na Câmara dos Deputados. O valor ainda será periciado para confirmação do montante exato.

Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão autorizados por Flávio Dino, com aval da Procuradoria-Geral da República. As diligências incluíram buscas pessoais, veiculares e em imóveis ligados aos dois deputados, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Segundo a investigação, Sóstenes e Jordy são suspeitos de utilizar locadoras de veículos de fachada para desviar recursos da cota parlamentar, verba destinada ao custeio do funcionamento dos gabinetes, incluindo despesas com aluguel de veículos para atividades parlamentares.

O relatório da PF destaca indícios de lavagem de dinheiro por meio da prática conhecida como “smurfing”, caracterizada por saques fracionados, sempre abaixo de R$ 10 mil, com o objetivo de burlar mecanismos de controle financeiro. Além das quantias incompatíveis com a renda declarada, esse padrão chamou a atenção dos investigadores.

Entre os maiores volumes identificados está o do assessor especial do PL Adailton Oliveira dos Santos, por cuja conta passaram mais de R$ 11,4 milhões entre 2023 e 2024, valor considerado incompatível com sua capacidade econômica declarada. Já Itamar de Souza Santana, secretário parlamentar de Carlos Jordy, movimentou cerca de R$ 5,9 milhões no mesmo período e também foi alvo de buscas nesta sexta-feira.

Os investigadores afirmam haver indícios de uso da cota parlamentar para pagamento de despesas inexistentes ou irregulares. Trechos de conversas extraídas do WhatsApp foram anexados ao relatório e indicariam pagamentos realizados “por fora”.

Além das buscas e da quebra de sigilos telefônicos e telemáticos dos deputados e de outras três pessoas, o ministro Flávio Dino autorizou a quebra de sigilo bancário dos parlamentares e de outras 12 pessoas físicas, além de uma pessoa jurídica. Também determinou o compartilhamento de informações relevantes com a Receita Federal.

Nas redes sociais, Carlos Jordy negou irregularidades e afirmou estar sendo perseguido pelo ministro Flávio Dino.