Brasil
Força-tarefa da Lava Jato sabia há três anos de acusação que levou ex-Braskem à prisão
José Carlos Grubisich foi preso nos EUA, na semana passada, denunciado pelo Departamento de Justiça americano
Foto: AP
Preso na semana passada em Nova York, o ex-presidente da Braskem José Carlos Grubisich, já havia sido delatado por ter criado caixa dois na empresa para o Ministério Público Federal no Brasil (MPF). A informação é de reportagem da Folha publicada hoje (25).
A denúncia à força-tarefa da Lava Jato, porém, não chegou a gerar investigação contra ele no Brasil.
Controlada pelo grupo Odebrecht, a Braskem é uma das maiores petroquímicas das Américas. A acusação de que Grubisich tinha sido responsável pela criação do caixa dois da companhia está no acordo de leniência da Braskem, firmado em dezembro de 2016 com o MPF.
Nos Estados Unidos, Grubisich foi denunciado pelo Departamento de Justiça americano, em fevereiro deste ano, mas em segredo de Justiça, e preso só na última quarta-feira (20) ao entrar no país.
Em resposta à reportagem, a força-tarefa da Lava Jato afirmou que o volume de informações obtido com os acordos de leniência é muito grande e que cada investigação tem um ritmo.
Advogados consultados pela reportagem consideram que uma denúncia dessa natureza contra Grubisich poderia levar a questionamentos sobre a ação penal que condenou à prisão, em 2016, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo e também ex-presidente do conselho de administração da Braskem.
Procurado pela Folha, o advogado de Grubisich, Alberto Zacharias Toron, disse que o executivo foi surpreendido com a prisão, já as autoridades no Brasil nunca levantaram as suspeitas apresentadas pelos investigadores nos EUA.
“Há acusações absolutamente inéditas, novas. Os fatos em princípio têm a ver com práticas ocorridas no Brasil, investigadas pela Lava Jato, em relação às quais ele [Grubisich] nunca foi denunciado”, declarou.
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