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Associação de História se manifesta contra leilão e pede manutenção do Arquivo Público

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Associação de História se manifesta contra leilão e pede manutenção do Arquivo Público

Tombado pelo Iphan, casarão que já foi residência do padre Antônio Vieira foi penhorado para pagamento de dívidas da Bahiatursa

Associação de História se manifesta contra leilão e pede manutenção do Arquivo Público

Foto: Carla Ornelas/GOVBA

Por: Alexandre Santos no dia 08 de novembro de 2021 às 10:03

A Associação Nacional de História na Bahia (Anpuh-BA) divulgou uma nota em que pede à gestão Rui Costa (PT) a imediata suspensão do leilão do prédio que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), em Salvador. O certame, previsto para ocorrer nesta segunda-feira (8), é destinado ao pagamento de dívidas contraídas pela hoje extinta Superintendência de Fomento ao Turismo (Bahiatursa). 

Erguido no século XVI e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) desde 1949, o casarão, situado na Baixa de Quintas, já foi residência do padre Antônio Vieira. 

"Mais um resultado do desinteresse pelo bem público, histórico e cultural, que não surpreende aqueles que observam o padrão de atuação do atual governo do Estado nessa área, mas que não deixa de nos causar revolta. [...] Assim, a ANPUH Bahia se posiciona contra a venda do patrimônio público, manifesta-se pela SUSPENSÃO IMEDIATA do Leilão", diz a Anpuh-BA.

De acordo com a entidade, o Arquivo Público figura entre os maiores do mundo, com 40 milhões de documentos que ajudam a contar a história do estado e do país. Segunda maior instituição arquivística do país, está à disposição para consulta e visualização de estudantes, professores e pesquisadores.
 
O espaço, contudo, estava sob penhora desde 2005. Em 2014, a dívida da Bahiatursa fora liquidada. O lance inicial é de R$ 5 milhões. Já o imóvel é avaliado em R$ 12, 5 milhões.

“Construído no século XVI para ser a residência de padres jesuítas, o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949. Assim, deve ser protegido pelos poderes públicos e defendido pela sociedade civil por estar inserido em um grande conjunto arquitetônico, documental e histórico que salvaguarda a memória e a história da Bahia e do Brasil", argumenta a Anpuh.

“Além disso, de acordo com o art. 11 do Decreto-Lei nº 25/1937, é proibida a venda de imóveis públicos tombados a agentes privados, ao dispor que ‘as coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios, inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades’”, acrescenta a associação.

Leia a íntegra da nota da Anpuh:

"A Associação Nacional de História - Seção Bahia (ANPUH/BA) manifesta indignação ao leilão do prédio que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) para pagamento de dívidas da Superintendência de Fomento ao Turismo –Bahiatursa. Mais um resultado do desinteresse pelo bem público, histórico e cultural, que não surpreende aqueles que observam o padrão de atuação do atual governo do Estado nessa área, mas que não deixa de nos causar revolta.

O casarão, localizado na Baixa de Quintas, é a segunda maior instituição arquivística do país e está entre as maiores do mundo. Ele armazena mais de 40 milhões de documentos que ajudam a contar a história do estado e do país e estão à disposição para consulta e visualização de estudantes, professores/as e pesquisadores/as.

Construído no século XVI para ser a residência de padres jesuítas, o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949. Assim, deve ser protegido pelos poderes públicos e defendido pela sociedade civil por estar inserido em um grande conjunto arquitetônico, documental e histórico que salvaguarda a memória e a história da Bahia e do Brasil. Além disso, de acordo com o art. 11 do Decreto-Lei nº 25/1937, é proibida a venda de imóveis públicos tombados a agentes privados, ao dispor que “as coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios, inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades”.

Recentemente, o prédio passou por ampla reforma, a fim de melhorar a experiência de quem visita a instituição e continuar democratizando o conhecimento e garantindo o acesso aos documentos históricos.

Assim, a ANPUH Bahia se posiciona contra a venda do patrimônio público, manifesta-se pela SUSPENSÃO IMEDIATA do Leilão e defende a manutenção do prédio do Arquivo Público do Estado da Bahia, edifício e acervo, como patrimônio público administrado pelo Governo do Estado. Em defesa do Patrimônio Nacional e do Arquivo Público do Estado da Bahia!

Vitória da Conquista-Ba, 07 de novembro de 2021

ANPUH- Seção Bahia."