Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quarta-feira, 10 de abril de 2024

Cidade

Mulher denuncia caso de racismo contra filho de 8 anos em supermercado de Salvador

Procurado pela reportagem do Metro1, o grupo Carrefour, empresa que administra o Atacadão, disse que "tomou conhecimento do caso" e iniciou "rigorosa apuração interna e está buscando contato com a cliente para qualquer tipo de suporte"

Mulher denuncia caso de racismo contra filho de 8 anos em supermercado de Salvador

Foto: Reprodução

Por: Adele Robichez e Maria Clara Andrade no dia 07 de dezembro de 2021 às 11:18

A mãe de um menino negro, de 8 anos, denunciou um caso de racismo no supermercado Atacadão, unidade de Cajazeiras, em Salvador. De acordo com ela, o seu filho foi abordado por uma funcionária do estabelecimento, que, ao ver a criança com um pacote de macarrão instantâneo nas mãos, perguntou se ele ia pagar pelo produto ou se iria roubá-lo.

Após a situação, a garçonete Vitória Dimas, de 22 anos, solicitou acesso às imagens da câmera de segurança do local, mas o gerente, identificado com o nome de  Paulo Vinícius, não teria permitido. A situação aconteceu no dia 30 de novembro (mês da Consciência Negra), por volta das 20h. Um boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia.

“O gerente falou que só iria atender ao pedido dela mediante requisição policial. Aí ela procurou a guarnição da polícia que estava próxima e os policiais foram ao local para conversar com ele. O gerente negou e a PM, então, a levou para registrar o boletim de ocorrência na delegacia”, disse o advogado Ivonei Ramos.

O advogado foi procurado por Vitória na última sexta-feira (3), em busca de orientações jurídicas. Ele informou que a mãe da vítima pretende ingressar com uma ação indenizatória por danos morais e pelo crime de calúnia. “É uma situação muito séria”, classificou Ramos.

Vitória Dimas conta que tinha ido ao mercado justamente para comprar lanches para o filho. Mas saiu de lá sem nada. Foi o próprio menino que, incomodado com a situação, pediu à mãe para sair o mais rápido possível do estabelecimento.

 

OUTRO LADO

 

Procurado pela reportagem do Metro1, o Grupo Carrefour, empresa que administra o Atacadão, disse que "tomou conhecimento do caso" e iniciou "rigorosa apuração interna e está buscando contato com a cliente para qualquer tipo de suporte". A rede disse ainda que "reitera o seu compromisso com políticas sérias de diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação".

O Grupo Carrefour esteve envolvido em um caso grave de racismo às vésperas do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, em 2020. Foi em uma loja da rede, no Rio Grande do Sul, que João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças da loja.