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Abandonado, cão chama atenção de passageiros na estação metrô do Imbuí

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Abandonado, cão chama atenção de passageiros na estação metrô do Imbuí

Animal não aparenta está ferido, mas permanece estático, como se aguardasse o dono

Abandonado, cão chama atenção de passageiros na estação metrô do Imbuí

Foto: Leitor Metro1

Por: Tailane Muniz no dia 12 de janeiro de 2022 às 15:13

Em mais um dia a caminho do trabalho, na passarela de acesso ao metrô da estação do Imbuí, em Salvador, a administradora Mônica Tayse Guimarães, 44 anos, tem a atenção desviada pelo uivo de um cão. Sozinho e sem identificação, o animal adulto não tem qualquer ferida ou fratura exposta, mas aparenta tristeza no olhar, relata Mônica, que acredita na possibilidade de abandono. A administadora busca o apoio de entidades ligadas à proteção para resgatar o cachorro.

Ela notou a presença do animal na segunda-feira (10), e diz que nunca antes o havia percebido ali, desamparado, desesperado, sem comer nem beber. "Ele está a cada dia mais fraco, definhando. Não para de uivar. Tenho cachorro e sei que é o comportamento de um bicho que espera reencontrar o dono, mas sei que não vão voltar".

De segunda para terça-feira (11), e ainda nesta quarta-feira (12), o cão permanece quase estático — embora tenha capacidade de caminhar. "É como se ele  acreditasse que precisa ficar ali, parado, porque tem esperança de rever o dono".Moradora da região do Imbuí, Mônica afirma que, no único momento em que viu o cão em movimento, ele quase foi atropelado por um carro em frente ao Fórum Regional I, localizado em frente à estação.

Responsável pela Brigada K9, formada por bombeiros voluntários, comandante França explica que entre o fim e início de todos os anos, há um salto no número de abandonos dos animais. Entre o Natal e o Réveillon, em 2021, foram registradas 60 ocorrências do tipo. 

"As pessoas decidem viajar, sair, fazer mudança e simplesmente abandonam", acrescenta. Há 20 anos a K9, com sede na Calçada, realiza o trabalho com o apoio de ex-policiais civis e militares, mas já não faz mais o acolhimento, justifica o comandante, por falta de apoio do poder público. "Temos 16 animais bancados apenas por nós, sem qualquer incentivo, mas não temos mais condições". A K9, contudo, realiza ações de salvamento.

Sem orientação do que fazer, Mônica pretende fazer uma tentativa de alimentar o animal ainda hoje. Acredita que vai ser repreendida pela administração do metrô, mas vai tentar mesmo assim.