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Dez anos após ser atropelada por ônibus, mulher ainda aguarda pensão de dois salários mínimos

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Dez anos após ser atropelada por ônibus, mulher ainda aguarda pensão de dois salários mínimos

Tânia Regina Santos foi atropelada em setembro de 2011, no bairro da Federação

Dez anos após ser atropelada por ônibus, mulher ainda aguarda pensão de dois salários mínimos

Foto: Divulgação

Por: Gabriel Amorim no dia 26 de janeiro de 2022 às 10:26

Um acidente de trânsito tira a possibilidade de trabalho e obriga a vítima a aguardar mais de 10 anos pela reparação na Justiça. Esta é a realidade de Tânia Regina Santos, de 56 anos. Ela era coletora de material biológico e estava de moto, quando foi atingida por um ônibus no bairro da Federação, em Salvador. O acidente aconteceu em setembro de 2011 e hoje, mais de 10 anos depois, a vítima ainda busca uma solução na Justiça. 

“Esse acidente acabou comigo. Eu só queria poder ter uma vida digna. É muita injustiça o que acontece com quem não tem dinheiro nesse país”, diz emocionada ao se lembrar do caso. No dia do acidente, o motorista da empresa TOL - Locação de Transportes - que na época fazia parte da Concessionária Litoral Norte - fugiu sem prestar socorro. 

Tânia foi socorrida por um estranho na rua e passou 12 dias em coma. Foram duas cirurgias para substituir parte do fêmur por uma prótese. O atropelamento deixou sequelas que interferem na vida da ex-moto girl até hoje.  “Tem mais ou menos três anos que tive que deixar minha casa em Salvador, para morar de favor aqui na Ilha porque a minha casa lá tem muitas escadas, eu vivia caindo e precisando ir para emergência. Aqui pelo menos é plano”, detalha. 

O sonho de uma vida digna e uma casa adaptada à sua nova realidade foi o que levou Tânia a buscar uma indenização na Justiça. Em primeira instância conseguiu uma indenização de R$ 200 mil - por danos morais e materiais - além de uma pensão no valor de 2 salários mínimos a serem pagos até a sua plena recuperação. A empresa recorreu e conseguiu a diminuição da indenização em 50%. A pensão foi mantida até os 75 anos. 

Um novo recurso quer levar o processo ao Superior Tribunal de Justiça para tentar reduzir também o valor da pensão. “Eles argumentam que o valor de um salário mínimo é suficiente porque era o que eu ganhava quando trabalhava. Mas eu preciso de um lugar adaptado pra morar, não tenho nem condições de pagar um plano de saúde”, diz Tânia que vive com o valor de sua aposentadoria, já que não tem mais condições de voltar a atividade que exercia antes. 

O Metro1 procurou a TOL Ondina pelos telefones disponíveis online, mas não teve sucesso no contato. Para Tânia, fica o desejo de justiça e a vontade de encerrar 10 anos de batalha judicial. “Até hoje ao falar nesse assunto eu me emociono. É muita dor”. finaliza.