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Ufba repudia intenção de retirar arte, educação física e inglês do currículo escolar em Salvador

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Ufba repudia intenção de retirar arte, educação física e inglês do currículo escolar em Salvador

Carta da Faced considera projeto da Smed como "erro sem precedentes" por não considerar necesidade de ensino interdisciplinar

Ufba repudia intenção de retirar arte, educação física e inglês do currículo escolar em Salvador

Foto: Bruno Concha/Secom PMS

Por: Metro1 no dia 31 de janeiro de 2022 às 16:08

Em nota publicada nesta segunda-feira (31), a Faculdade de Educação da Ufba (Faced) repudiou o projeto da Secretaria Municipal de Educação (Smed) de retirar os componentes arte, educação física e inglês do currículo escolar dos primeiro e segundo anos do Ensino Fundamental I da rede pública em Salvador. Assinada pelo diretor da instituição, Roberto Sidnei Macedo, a carta considera a ação como "um erro sem precedentes".

O comunicado julga a intenção das retirada das disciplinas "uma agressão à profissionalidade e à valorização do trabalho docente vinculadas a essas áreas do saber escolar já consolidadas nas melhores experiências de estados brasileiros e países nos quais a educação é reconhecida pela qualidade da sua efetivação". 

O diretor ressaltou a importância dos componentes para "uma formação em profundidade, interdisciplinar, multirreferencializada e crítica, pauta fulcral para uma educação conectada com o mundo contemporâneo e suas complexas demandas" e "aguçam e ampliam o pensamento intercrítico entre os diversos saberes".

"Há que realçar ainda que vem sendo muito fácil, sob a justificativa de uma operacionalidade socialmente não sustentável, negar aos(às) estudantes da educação pública a riqueza formacional à qual têm direito indiscutível. Esse tipo de ajuste instrumental e iníquo, intencionado pelo secretário da SMED e sua equipe, repete o ethos, a ética e a visão sociotécnica vinculados às origens da invenção do currículo tecnicista dos idos do século passado, no qual o autoritarismo tecnicista curriculante pautou-se sempre em fazer currículo para o(a) outro(a), sem o(a) outro(a), muitas vezes contra o(a) outro(a). Esse é caso do que estamos assistindo e corre o risco iminente de acontecer através da SMED", diz a mensagem.

Diante disso, Macedo pede que o que a Smed considere as posições dos docentes, das entidades e observe como vem reagindo as instituições educacionais dedicadas à formação na Escola Básica. "Faz-se necessário a urgente consciência de que não se mudam currículos simplesmente por ajustes instrumentais de componentes, até porque a qualificação da formação, no mundo contemporâneo, demanda uma profunda e densa compreensão do que seja formação sociotécnica, política, ética, estética, cultural, espiritual e suas transingularidades", finaliza.