Alunos criticam falta de diálogo com a Unifacs e criam página para relatar "atrasos de vida"

Desde que mudou de administração, a Faculdade Salvador (Unifacs), tem provocado dores de cabeças em pais e alunos matriculados na instituição. Segundo a denúncia de um dos pais, as mensalidades do filho têm sofrido aumentos gradativos, recebendo, inclusive, cobranças integrais mesmo com acordo de bolsa, de 50%. 

Além disso, ele relata o adiamento do início de cursos sem turmas fechadas e, acima de tudo, a dificuldade de contatar a faculdade e, consequentemente, de resolver qualquer situação.“O meu filho, no ano passado, passou na Ufba e na Unifacs. Conversando comigo, ele disse que queria ir para a Unifacs, cursar psicologia. Eu deixei, disse que a decisão era dele. Então ele foi lá, se matriculou, sem um responsável legal, e conseguiu uma bolsa de 50%. Na época, ele só tinha 17 anos”, diz o administrador Roniclei Oliveira, de 41 anos. 

Com a bolsa, o valor inicial da mensalidade acordada com a Unifacs seria de R$ 600, informa Oliveira. Hoje, sem nenhum aviso prévio, as cobranças têm chegado a R$ 730. Em uma delas, em novembro do ano passado, a faculdade pediu o pagamento do valor integral -- R$ 1.300. “Foi aumentando, aumentando… uma bomba. A gente ligou, lutou, e eles que disseram que deram o desconto, que ele veio nas próximas, mas ainda assim o valor está maior”, diz.

Oliveira ainda informa que a maior adversidade é ter diálogo com a direção. Para tentar solucionar o problema da matrícula, o pai revela que foram diversas tentativas, dias de espera e horas no telefone. “É absurdo, passei horas e horas para conseguir falar com call center, é massacrante, muito desgaste. Presencialmente, fui no horário da minha folga, esperei ‘de morrer’, mas tinha muita gente lá reclamando, aí não conseguiram me atender. Então agendei para o sábado, que era mais tranquilo. Nesse meio tempo, conversaram primeiramente com o meu filho, que não conseguiu resolver. Fui lá e falei com a atendente -- já que a gente não consegue falar com gerência, coordenação --, mas eles não sabem explicar nada, é um despreparo ou uma pressão por resultados financeiros. Parece que pouco importa os alunos”, relata.

Outra questão também tem afetado o administrador. Além do filho, ele também se matriculou na Unifacs para concluir um curso que iniciou em Feira de Santana, a cerca de 100 km da capital baiana. Na matrícula, foi garantido a ele que a turma seria fechada. Faz mais de um ano, porém, que ele espera e as aulas ainda nao foram iniciadas. “Isso me atrapalhou muito porque eu estava achando que ia concluir e fiquei prejudicado”, avalia. 

“A Unifacs é, ou era, uma instituição que tinha nome, mas não vale mais o desgaste”, conclui Oliveira. 

Passando por situações parecidas, um grupo de alunos criou, nesta terça-feira (8), uma conta no Instagram, chamada de “Enganados pela Unifacs”, para coletar relatos e queixas de pais e alunos. “Conte (no direct) como a Universidade Fake Salvador atrasa sua vida”, diz a descrição do perfil.

Procurado, o grupo Ânima Educação, que administra a Unifacs, informou que vai apurar as denúncias.