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Construído no século 17 em Salvador, Forte do Barbalho vive abandono e autoridades se isentam

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Construído no século 17 em Salvador, Forte do Barbalho vive abandono e autoridades se isentam

A edificação, uma das mais antigas da Bahia, ainda sedia atividades e é aberta ao público

Construído no século 17 em Salvador, Forte do Barbalho vive abandono e autoridades se isentam

Foto: Leitor Metro1

Por: Mariana Bamberg no dia 13 de abril de 2023 às 12:50

Com paredes mofadas, vegetação por capinar e estruturas metálicas espalhadas pela parte externa, o Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo, mais conhecido como Forte do Barbalho, continua resistindo e protegendo. Desta vez, resistindo ao abandono e protegendo uma história. 

A edificação, uma das mais antigas da Bahia, ainda sedia atividades e é aberta ao público. O morador Hernandes Santos, por exemplo, foi ao local tentar matricular seu filho nas aulas de capoeira que acontecem no forte e são realizadas pelo grupo Barracão das Artes. Voltou para casa assustado com o abandono do local e desistiu. 

“Não quero meu filho em um local assim. Me deparei com um espaço abandonado e depredado. A quadra totalmente desfigurada. Como sou da região, conheço a história do forte, sei que ali poderia se tornar um local para a comunidade ou para os turistas”, contou o morador, em entrevista ao Metro1.

As primeiras notícias sobre o forte datam de 1638. Na edificação, já funcionou a cadeia pública da cidade, mas ele ficou marcado mesmo como o centro de tortura de presos políticos do estado durante a ditadura militar. Em 2015, o então secretário da Casa Civil do Governo da Bahia, Bruno Dauster, chegou a anunciar que o local abrigaria um museu da luta das liberdades no Brasil e na Bahia. O projeto, no entanto, nunca foi para frente.

Ao Metro1, a Secretaria de Cultura da Bahia informou que a única relação que tem com o forte é um escritório da Bahia Criativa, que funciona no local. Por conta disso, em 2014, o governo do Estado reformou a edificação, reestruturando salas que estavam prestes a desabar. A requalificação custou mais de R$3 milhões. Agora, a responsabilidade com as condições da edificação, segundo a pasta, é do  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O órgão, no entanto, se esquiva das responsabilidades com as condições do forte, tomando em 1957. Em nota, o Iphan informou que realiza fiscalizações e vistorias técnicas frequentes, mas a conservação cabe ao proprietário da edificação, que é a Superintendência do Patrimônio da União (SPU). A reportagem procurou a SPU, que não se pronunciou até o fechamento da matéria.

“É importante ressaltar que o Iphan é o órgão fiscalizador responsável pelo Patrimônio Cultural Brasileiro. De acordo com o Decreto-lei 25/1937 e a Portaria 187/2010, cabe ao Iphan fiscalizar o bem cultural e orientar o proprietário em sua conservação, além de solicitar os reparos necessários”, diz a nota.