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Incêndios e reformas: TCA tem histórico de fechamentos antes mesmo da sua inauguração

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Incêndios e reformas: TCA tem histórico de fechamentos antes mesmo da sua inauguração

Fechado há cerca de quatro meses, obras no teatro mais importante de Salvador só devem ser iniciadas em 2024, e segue sem previsão de reabertura

Incêndios e reformas: TCA tem histórico de fechamentos antes mesmo da sua inauguração

Foto: Biblioteca Virtual Consuelo Pondé/Fundação Pedro Calmon

Por: Bélit Loiane no dia 29 de maio de 2023 às 12:52

Atualizado: no dia 29 de maio de 2023 às 13:00

Fechado há cerca de quatro meses e sem previsão de reabertura, o Teatro Castro Alves (TCA), localizado em Salvador, coleciona um histórico de interrupções no funcionamento antes mesmo de ser inaugurado. Equipamento cultural essencial para a cidade, e considerado o mais importante da Bahia, o local já deixou de sediar espetáculos por reformas e incêndios.

O Metro1 realizou um compilado da história do local envolvendo anos de fechamentos.

Início do TCA

O teatro foi concebido a partir de pedidos de artistas baianos acatados pelo então deputado estadual Antônio Balbino (PSD), no ano de 1948. O equipamento foi batizado em homenagem ao baiano Castro Alves, conhecido como o poeta dos escravos, que pautava a liberdade em suas obras. A construção foi projetada pelos arquitetos Alcides da Rocha Miranda e José de Souza Reis e tinha inauguração prevista para 1951, mas a planta foi reestruturada por Diógenes Rebouças.

A obra ficou congelada e só foi retomada sete anos depois, quando Balbino assumiu o cargo de governador. Então um novo projeto, sendo o terceiro, foi criado pelo arquiteto José Bina Fonyat Filho e o engenheiro Humberto Lemos. A construção do teatro foi finalmente iniciada em julho de 1957 e concluída em junho de 1958, com inauguração marcada para o dia 14 do mesmo mês. 

Primeiro incêndio

O TCA foi aberto ao público dias antes de ser oficialmente inaugurado. Cinco dias antes da abertura, na madrugada do dia 9 de julho, toda a estrutura do bloco principal do teatro foi destruída por um incêndio. Até hoje as causas da origem das chamas são desconhecidas, mas, de acordo com relatos, chovia intensamente na localidade. 

Como forma de solenizar o espaço depois do incêndio, uma missa campal foi realizada no local e as obras de reconstrução foram iniciadas no dia 18 do mesmo mês. A reforma se arrastou durante nove anos, passando por três gestões governamentais distintas e só foi concluída durante a ditadura militar, no governo de Lomanto Júnior. 

Fechamento

Doze anos depois da abertura, em julho de 1989, o espaço foi fechado para a realização de uma reforma e só foi reinaugurado em 1993. Com uma nova cara, o palco da Sala Principal recebeu os baianos Maria Bethânia, Gal Costa e João Gilberto. O espaço passou por reformas em diversas áreas.

Segundo incêndio

No dia 25 de janeiro deste ano, um incêndio atingiu novamente o teto do teatro. Na época, a assessoria do TCA informou ao Metro1 que não houve nenhum dano interno, pois o fogo ficou concentrado na parte externa do teatro. As chamas duraram 12 horas e não deixaram ninguém ferido. Com o incidente, os espetáculos que estavam agendados foram adiados e realocados, entre eles, o show da cantora Adriana Calcanhoto.

Só em 2024

Sem previsão para concluir a reforma, a obra ainda será iniciada em 2024 e corresponde ao projeto chamado de “Novo TCA”, que teve licitação publicada no ano de 2009. Em comunicado ao Metro1, a Secult disse que foram instituídos o Comitê Gestor e o Comitê Executivo de Modernização, para coordenar os estudos de elaboração e implementação do projeto de requalificação da Sala Principal.