
Cidade
MP-BA pede suspensão do uso de área que pode abrigar maior cemitério de escravizados da América Latina
Local pode reunir mais de 100 mil corpos enterrados entre os séculos XVII e XIX

Foto: Silvana Olivieri
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitou que a Santa Casa de Misericórdia suspenda o uso do estacionamento da Pupileira, onde escavações revelaram ossadas que podem pertencer ao maior cemitério de africanos escravizados da América Latina. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (26). A área, localizada no centro de Salvador, pode abrigar mais de 100 mil corpos de pessoas marginalizadas entre os séculos XVII e XIX.
Os achados foram feitos a 2,7 metros de profundidade. Devido à acidez do solo, os restos mortais permanecem no local, cobertos para preservação. Fragmentos serão analisados pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O MP-BA aguarda o reconhecimento oficial do sítio arqueológico pelo Iphan.
“A partir dessa positivação das suspeitas que havia em relação à existência desse cemitério, o Ministério Público agora adotará providências para preservar esse local, que já deve ser considerado um sítio arqueológico”, disse a promotora de Justiça Lívia Vaz.
Conforme Silvana Olivieri, cruzamentos de registros históricos e levantamentos arqueológicos apontam que o local corresponde ao antigo Cemitério do Campo da Pólvora, ativo entre os séculos XVII e XIX. Uma audiência pública será convocada para debater os próximos passos de preservação.
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