
Cidade
Deputados mineiros viram polêmica por aumento de verba; na Bahia valor é maior
O aumento de 35% na verba indenizatória concedida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais aos 77 deputados estaduais — passando de R$ 20 mil para R$ 27 mil —, que ganhou repercussão nacional, é fichinha perto da gastança desmedida promovida pela Assembleia Legislativa da Bahia, comandada quase que de forma vitalícia por Marcelo Nilo (PSL) [Leia mais...]

Foto: Tácio Moreira/metropress
O aumento de 35% na verba indenizatória concedida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais aos 77 deputados estaduais — passando de R$ 20 mil para R$ 27 mil —, que ganhou repercussão nacional, é fichinha perto da gastança desmedida promovida pela Assembleia Legislativa da Bahia, comandada quase que de forma vitalícia por Marcelo Nilo (PSL).
Somados o salário mensal de R$ 25.322,25, o auxílio-moradia de R$ 4.377,73 e uma verba indenizatória de R$ 27 mil, um deputado estadual de Minas custa quase R$ 57 mil aos cofres públicos. Já um deputado baiano, que ganha R$ 25.322,25 por mês, mais R$ 39 mil de verba indenizatória e o mesmo valor de moradia dos mineiros, custa mais de R$ 68 mil mensais. Isso sem falar nos R$ 92 mil de verba de gabinete, que totalizam um custo que ultrapassa R$ 156 mil por mês.
Em relação a minas, baianos ganham mais para trabalhar para menos gente
Vale destacar que, mesmo com o polêmico aumento de 35%, a verba indenizatória — utilizada pelos parlamentares para o custeio de despesas com divulgação do mandato, locação de imóveis e veículos, combustíveis, passagens e hospedagens — dos deputados estaduais mineiros custa R$ 12 mil a menos que a dos baianos: R$ 27 mil lá contra R$ 39 mil aqui.
Só que Minas tem população maior do que a Bahia em quase 5 milhões de pessoas. Ou seja, nossos deputados ganham mais para prestar serviços a menos gente.
Pode? Nilo diz que verba de deputados é muito alta
Questionado pelo Jornal da Metrópole sobre os valores das verbas indenizatórias, o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, definiu o aumento dado pela Casa Legislativa de Minas Gerais como “absurdo”.
Já sobre a verba indenizatória de R$ 39 mil recebida pelos parlamentares baianos, Nilo ousou criticar. “Eu acho um valor alto. Se eu pudesse, baixaria”, afirmou. Pode?
Para completar, o homem de Antas ainda prometeu conversar com os colegas para “tentar diminuir o valor”. Alguém acreditou?
Transparência ainda é promessa
Em abril, a Metrópole procurou Nilo para questionar a falta de transparência no site da Assembleia Legislativa — o que descumpre a obrigatoriedade instaurada após a criação da Lei Complementar 131, de 27 de maio de 2009, que alterou a redação da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre a transparência da gestão.
Na ocasião, Nilo garantiu que, “em breve”, tudo ficaria disponível no site, mas, um mês depois, a única mudança foi a implementação da versão digital do Diário Oficial.
“90% já foram disponibilizados”
Desta vez, Nilo garantiu que a AL está tentando cumprir a lei. “Já está bem andado. 90% já estão na internet”, disse o presidente. Mas aqueles 10% que restam ao deputado parecem maiores do que deveriam. Questionado sobre a ausência dos nomes dos contratados pelo famoso Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), Nilo hesitou. “Não... Ainda não estão. Estão nesses 10% que eu ainda vou colocar”, prometeu. Vai saber para quando...
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.