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Moradores contestam secretário sobre mudança de área da Prainha, em Camaçari
A polêmica envolvendo a mudança do perfil de uso de uma área conhecida como Prainha, em Candeias, ganhou mais um episódio nesta quinta-feira (19), quando moradores da região procuraram a Metrópole para contestar as afirmações do secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler [Leia mais...]

Foto: Reprodução/Gilmar de Oliveira
A polêmica envolvendo a mudança do perfil de uso de uma área conhecida como Prainha, em Candeias, ganhou mais um episódio nesta quinta-feira (19), quando moradores da região procuraram a Metrópole para contestar as afirmações do secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler.
A mudança seria motivada por uma suposta pressão por parte da empresa Braskem, que pretende construir um terminal industrial na área. A hipótese foi descartada pelo secretário em entrevista à Rádio Metrópole na última quarta-feira (18). “Eu desconheço essa informação. Há uma mesa permanente de negociação com representantes do governo ligados à Casa Civil, à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, órgãos federais como a Codeba e empresas interessadas, dentre elas a Braskem”, completou.
Spengler explicou a troca do perfil da área para zona industrial e descartou irregularidades no processo. "O Inema foi instado a fazer uma análise técnica do estudo de risco elaborado pela Codeba [Companhia das Docas do Estado da Bahia], fez e deu seu parecer. Considera pertinentes os pareceres técnicos tanto da Codeba, quanto das consultorias que recomendam restrição ao uso recreativo da área da Prainha devido aos limites legais e ressalvas técnicas relacionadas as operações portuárias. Existem riscos ambientais que são inerentes a proximidades portuárias (...) Não podemos desconsiderar que nessa região existem silos de produtos líquidos, gasosos, inflamáveis e químicos. É uma área que tá dentro de uma região portuária e caso aconteça um acidente, tanto no porto, quanto na área industrial, ela pode ser afetada", disse, justificando a retirada da antiga classificação como “área de lazer”.
Porém, a justificativa do secretário é questionada por moradores da região, que apontam que, apesar de Spengler citar um laudo emitido pelo Inema, a informação que conta no site do órgão é diferente. “Dos documentos existentes no site, nenhum deles alterou as recomendações de preservação da prainha”, explicam. A informação não pôde ser confirmada pela redação da Metrópole, já que a área onde os documentos seriam disponibilizados é restrita a funcionários do Inema.
Outro ponto contestado é a análise realizada pela Codeba, que vai de encontro com o que mostra a poligonal que delimita o porto de Aratu, conforme aponta documentos disponibilizados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). Com o impasse diante da questão, o prefeito de Candeias, Sargento Francisco, retirou de tramitação da Câmara de Vereadores o Projeto de Lei que pretendia alterar o uso da Prainha. Até a publicação dessa matéria, o Inema ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.
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