Quinta-feira, 24 de julho de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Cidade

/

Amado e odiado: famoso carro do ovo vem dividindo opiniões em Salvador

Cidade

Amado e odiado: famoso carro do ovo vem dividindo opiniões em Salvador

O famoso plantão da Globo, música gospel e até pagode, aliado à propaganda de “uma placa de ovos de galinha por apenas R$ 10”. Se você já ouviu esse jingle, certamente deve conhecer, ou pelo menos saber que circula por aí, o chamado “carro do ovo” [Leia mais...]

Amado e odiado: famoso carro do ovo vem dividindo opiniões em Salvador

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira e Stephanie Suerdieck no dia 03 de junho de 2016 às 06:14

O famoso plantão da Globo, música gospel e até pagode, aliado à propaganda de “uma placa de ovos de galinha por apenas R$ 10”. Se você já ouviu esse jingle, certamente deve conhecer, ou pelo menos saber que circula por aí, o chamado “carro do ovo”. Ou seria melhor dizer “os carros do ovo”? No mínimo exótica, a estratégia de venda tem dividido opiniões por toda Salvador. 

Enquanto uns comemoram o preço, bem mais em conta que nos tradicionais mercados, outros reclamam do barulho exageradamente alto e dos horários escolhidos pelos comerciantes, principalmente nos fins de semana. 
Para a Secretaria de Urbanismo (Sucom), a situação é errada do ponto de vista da poluição sonora e, por isso, três veículos foram autuados na última terça. Mas, gostando ou não, trata-se de uma daquelas coisas que são a cara de Salvador.

Disseminado pela cidade
Entre os que não gostam dos vendedores, a principal  reclamação é a barulheira. Sejamos sinceros: por mais simpática que seja, a modalidade de venda causa tormento até mesmo a quem vive nos mais altos andares. “Morando no sétimo andar, consigo ouvir tudo perfeitamente”, conta Thiara Teixeira, moradora da Barra. Além do bairro, Imbuí, Cabula, Cidade Jardim, Candeal, Brotas, Armação, Vila Laura, Jardim Apipema, Boca do Rio e Pernambués são somente alguns dos locais por onde o carro do ovo acumula queixas.

Barulho incomoda, mas preço agrada maior parte dos consumidores
Apesar das opiniões divididas, uma coisa não dá para contestar: o preço é ainda mais atrativo que os criativos jingles. Vendendo uma cartela com 30 ovos a R$ 10, o carro do ovo põe no chinelo grandes mercados. Com o mesmo valor, o consumidor consegue levar, no máximo, 18 unidades do produto em grandes supermercados da capital baiana. 
No Bompreço do Jardim Armação, por exemplo, o consumidor paga R$ 9,96 por uma embalagem com 18 ovos. O mesmo acontece no Extra, onde a bandeja com apenas 10 unidades sai a R$ 7,96.  Entre a chateação e o preço atraente, as opiniões são as mais variadas. A empresária Laís Pinho “até dança” quando “começa a tocar a musiquinha” do ovo, mas a estudante Thiara insiste: “É muito alto”.

Sucom cita dificuldade na fiscalização
Somente nesta semana, a Secretaria de Urbanismo (Sucom) recebeu quatro denúncias de poluição sonora em relação à atividade e conseguiu realizar uma notificação. Porém, o agora ex-titular da pasta, Sílvio Pinheiro, pontua a dificuldade em realizar essas notificações.

“Denúncia de carro é difícil de pegar em flagrante. Às vezes, as denúncias não chegam exatamente por isso. A fiscalização vai. Mas, se chegar lá e o carro não estiver, não tem como apreender”, explica. Devido às denúncias, a Sucom está analisando as medidas para notificar os responsáveis.

Mistério permanece sobre procedência dos ovos
Segundo os vendedores, os depósitos ficam no bairro de Valéria, mas nenhum dos comerciantes ouvidos soube detalhar de onde os ovos chegam. “Cada dono de depósito tem seus carros. É o mesmo valor em qualquer lugar”, disse um deles.  

Questionada pela Metrópole, a Vigilância Sanitária se eximiu da tarefa de fiscalizar, empurrando a competência para a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Embora também negue ser responsável por acompanhar  a legalidade da venda, a Adab negou que existam granjas legalizadas em Salvador e Região Metropolitana.