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Crise: Martagão Gesteira anuncia suspensão de serviços essenciais
O Hospital da Criança Martagão Gesteira anunciou nesta quinta-feira (14), a suspensão de serviços essenciais ao tratamento de milhares de crianças e adolescentes com câncer. De acordo com o hospital, a unidade enfrenta dificuldades financeiras devido ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). [Leia mais...]

Foto: Pedro Moraes/GOVBA
O Hospital da Criança Martagão Gesteira anunciou nesta quinta-feira (14), a suspensão de serviços essenciais ao tratamento de milhares de crianças e adolescentes com câncer. De acordo com o hospital, a unidade enfrenta dificuldades financeiras devido ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em ofício encaminhado aos Secretários Municipal e Estadual de Saúde, o Martagão Gesteira comunicou o desfecho "lamentável e inevitável" que ocorrerá daqui a um mês. "Em trinta dias, se iniciará uma série de ações que culminarão no encerramento de atividades da unidade. Trata-se de um processo complexo com diversas implicações éticas, médicas, sociais, humanitárias, cíveis e trabalhistas. Os primeiros passos adotados serão: suspensão do serviço de neurologia, redução de 50% das cirurgias cardíacas, suspensão de casos novos de oncologia e suspensão do serviço de assistência aos portadores de fissuras lábio palatinas", informou o texto.
O hospital ainda solicitou no ofício, o posicionamento dos Secretários de Saúde para garantir a entrada dos seus pacientes à rede pública, além do acompanhamento pelo Ministério Público Estadual deste processo de transferência. "É inquestionável a importância do SUS, o pleito é para que ele seja fortalecido com a correção dos valores de repasse. O provável fechamento dos hospitais filantrópicos representa a própria morte do Sistema Único de Saúde. A Bahia está de luto", disse o hospital.
Em entrevista a José Eduardo, na Rádio Metrópole, no início deste mês, o superintendente Antonio Novaes falou sobre a atual situação — que se agrava com a crise instalada no país. "Tá difícil. Estamos muito preocupados. Nunca vivemos um momento desse. Estamos sentindo essa crise muito forte. O Martagão é financiado pelo Ministério da Saúde, secretarias municipal e estadual da saúde. [Mas] com o valor que recebemos sempre fechamos no vermelho. Começamos a atrasar [o pagamentos dos] médicos, fornecedores. O hospital tá tendo que suspender mais serviços", lamentou.
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