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Passageiro fica preso entre trem e plataforma ao tentar atravessar trilhos de metrô em Salvador

Construída por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) entre o governo do estado e as empreiteiras Odebrecht e OAS, a Arena Fonte Nova tinha o intuito de ser um espaço multiuso — e, portanto, que fosse além do futebol. Mas, quatro anos depois, a Arena virou alvo de queixas até do governador Rui Costa (PT) [Leia mais...]
Foto: Ulisses Dumas - Agência BAPRESS
Construída por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) entre o governo do estado e as empreiteiras Odebrecht e OAS, a Arena Fonte Nova tinha o intuito de ser um espaço multiuso — e, portanto, que fosse além do futebol. Mas, quatro anos depois, a Arena virou alvo de queixas até do governador Rui Costa (PT).
Na semana passada, Rui disse que, de todas as PPPs firmadas pelo governo da Bahia, a da Arena é a que mais precisa de ajustes. “Teríamos que responsabilizar mais o parceiro. Ali foi concebido para ser um espaço multiuso, e não só futebol. Não há captação de eventos, ficou só o futebol”, afirmou o petista ao jornal A Tarde. A Metrópole investigou alguns dos motivos do insucesso.
Decibéis foram grande entrave
Uma grande dificuldade encontrada pela Arena para se viabilizar como multiuso foi a limitação de decibéis emitidos nos seus eventos de música. O espaço protagonizou uma batalha judicial com os moradores do seu entorno, que conseguiram barrar a realização de shows no local, já que se sentiam incomodados. Depois de 22 meses impedida, a Arena conseguiu reverter a decisão em outubro do ano passado. Com a permissão, o espaço recebeu eventos como o Festival de Verão.
Exclusividade do Patrocinador da arena dificulta negociações com artistas e eventos
A Metrópole apurou que outro grande entrave para a Arena fechar contratos é a cerveja Itaipava, que dá nome ao espaço, além das empresas que exploram os serviços. Se, por exemplo, o contratante quiser comercializar outra marca, não pode. Da mesma maneira, precisa pagar um valor maior se quiser colocar um buffet num determinado evento. Artistas patrocinados por cervejarias rivais também ficam de fora.
O alto preço dos produtos é outro aspecto que afasta os contratantes. A própria cerveja, até por ter a exclusividade, acaba saindo mais cara para o público do que em outros lugares.
Cervejaria petrópolis tem problemas judiciais
Principal apoiadora comercial da Arena, a Cervejaria Petrópolis — dona da Itaipava — passa por um dos momentos mais difíceis de sua história. Em 2016, foi alvo da Operação Lava Jato, sendo, inclusive, citada na delação da Odebrecht como intermediária dos repasses de propina a políticos.
Os investimentos da cervejaria em eventos e organizações esportivas também têm sofrido cortes bruscos, a exemplo do que aconteceu com a própria Fonte Nova, a Arena Pernambuco e os patrocínios a categorias e equipes do automobilismo nacional.
“Alguma coisa não está dando certo”
Para o presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, a Arena pode substituir o Centro de Convenções. “E também para realização de grandes eventos. Alguma coisa não está dando certo. Não sei se cobram caro, mas é um espaço necessário que precisa ser utilizado”, pontuou. Já o engenheiro Lucas Silva, amante de música, define a Arena como um verdadeiro “elefante branco”. “Temos perdido espaço para cidades como Recife, que vem recebendo shows de bandas e artistas internacionais em arenas menores”, disse.
“Diversos shows em 2017”
Em nota, a Arena destacou shows importantes que recebeu, como os de Ivete Sangalo, Roberto Carlos e Elton John. Questionada sobre futuros eventos, alegou que “a imprevisibilidade do calendário do futebol atrapalha o planejamento”, mas que está “em negociações avançadas para diversos shows” em 2017. Sobre a redução de investimentos da Petrópolis, a Arena diz que “não comenta questões relacionadas a negociações de contrato de parceria”.
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