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População é pega de surpresa com retirada de ônibus do CAB; governo e Prefeitura trocam farpas

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População é pega de surpresa com retirada de ônibus do CAB; governo e Prefeitura trocam farpas

Ficou para trás a cordialidade entre a Prefeitura de Salvador e o governo do estado. Hoje em dia, qualquer coisa parece ser motivo de picuinha — e, quando o assunto é mobilidade, então, a relação ganha contornos nada sutis [Leia mais...]

População é pega de surpresa com retirada de ônibus do CAB; governo e Prefeitura trocam farpas

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 01 de junho de 2017 às 08:03

Atualizado: no dia 01 de junho de 2017 às 12:40

Ficou para trás a cordialidade entre a Prefeitura de Salvador e o governo do estado. Hoje em dia, qualquer coisa parece ser motivo de picuinha — e, quando o assunto é mobilidade, então, a relação ganha contornos nada sutis. O último problema teve início com a operação das quatro estações da Linha 2 do metrô, localizadas na Av. Luiz Viana Filho, a Paralela. Mas aí, você, cidadão comum, pensa: “Isso não melhoraria a mobilidade de toda a cidade e, consequentemente, seria motivo de comemoração?”.

Seria, mas quando se trata de política, o buraco é bem mais embaixo. No caso do Centro Administrativo da Bahia (CAB), o problema foi a integração metrô-ônibus. Após o início da operação, cerca de 20 linhas que rodavam no Centro Administrativo deixaram de passar pelo local. Enquanto o governo reclama da retirada, o Município diz que cumpriu um pedido do estado. O prejudicado da história? O passageiro, claro.

‘Vermelhinho’ cortado e mais de 40 mil passageiros em dúvida
Em nota divulgada na última terça-feira (30), o governo do estado afirmou que 20 “linhas de horário” deixaram de circular pelo CAB, sem comunicado prévio para a população de Salvador.

De acordo com pesquisa feita pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), cerca de 40 mil passageiros utilizavam os ônibus como meio de transporte público no CAB e região.
Ainda segundo o governo, a mudança cortou também a linha do chamado “vermelhinho”, ônibus que levava os passageiros ao Centro Administrativo.

Passageiros se espremem em circular
Érica Ribeiro é estagiária no CAB e mora na Av. Jorge Amado, no Imbuí. O ônibus que ela utilizava todos os dias foi extinto, tornando a ida ao trabalho ainda mais difícil. “Com a mudança, tiraram o Sussuarana, e o CAB Circular não sai mais da Paralela”, explica.

De acordo com a estudante, sem os vermelhinhos, os funcionários da região se espremem nos quatro coletivos que estão rodando. “Esse circular não tem ponto ainda. Está muito lotado, porque tem uma demanda muito grande agora. Eles não estão dando conta”, afirma Érica.

“Número já era reduzido. imagina agora”
Uma ex-funcionária do CAB que preferiu não se identificar questiona os prejuízos à segurança dos passageiros da região. De acordo com ela, a área é deserta e a ausência de transporte pode facilitar a ação de bandidos.
“[É ruim] Em termos de segurança, de iluminação... Não tem nenhuma patrulha. A maioria dos pontos é recuada ou dentro do mato. O número de linhas já era reduzido, demorava muito para passar o ônibus, imagina agora”, reclama.

“Pressão do governo”
A Prefeitura afirmou que a mudança foi motivada por “pressão do governo”. “Não teve nenhuma redução de atendimento. A única coisa que aconteceu é que os ônibus não vão mais até o CAB. Nos horários de pico, os coletivos entravam no Centro Administrativo pela manhã e em um horário específico pela tarde. Como se implantou uma linha gratuita circular no CAB inteiro, esses ônibus pegam as pessoas e deixam no metrô ou no ponto de ônibus”, disse o secretário de Mobilidade, Fábio Mota.