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Há quase dois anos fechado, Salvador ainda espera definição sobre Hotel Pestana
Em 29 de fevereiro de 2016, o Rio Vermelho perdeu o seu mais importante hotel. Na data, o Pestana fechou as portas após uma longa crise financeira que culminou no encerramento das atividades e demissão de centenas de funcionários [Leia mais...]

Foto: Tácio Moreira/Metropress
Em 29 de fevereiro de 2016, o Rio Vermelho perdeu o seu mais importante hotel. Na data, o Pestana fechou as portas após uma longa crise financeira que culminou no encerramento das atividades e demissão de centenas de funcionários.
A história do Pestana começou em 1974, ainda como Le Méridien, o primeiro cinco estrelas da Bahia. Só que devido a uma dívida de R$ 1,2 bilhão da empresa administradora — a Sisal Bahia Hotéis Turismo — junto ao Banco do Brasil, encerrou suas atividades em maio de 2000.
O governo da Bahia, então comandado por César Borges, articulou a aquisição do imóvel pelo Grupo Pestana por meio de incentivos fiscais e um financiamento privilegiado do Banco do Nordeste. Em meados de 2015, o então secretário de Turismo, Nelson Pelegrino, chegou a afirmar que não “aceitaria o fechamento” do espaço e que poderia “reformar o equipamento e devolver à cidade”. Meras promessas.
Um ano e meio se passou e a Bahia continua esperando uma solução para o Pestana, que segue de portas fechadas e sem previsão de reabrir. Alguns grupos já até se mostraram interessados em reativá-lo, mas nenhuma negociação foi adiante.
Mais de 20 hotéis fechados em 2016
A situação enfrentada pelo Pestana se repete por diversas vezes em Salvador. De acordo com levantamento feito pela FeBHA, somente em 2016, 20 hotéis deixaram de funcionar na capital baiana.
“2015 e 2016 foram os piores anos dos últimos 30. Estamos trabalhando no vermelho dois anos consecutivos. A hotelaria e bares e restaurantes estão sofrendo. E de 2015 a 2017, segundo a Junta Comercial do Estado da Bahia, 2 mil bares e restaurantes fecharam as portas em Salvador e 20 mil empregos foram perdidos na nossa área”, explicou Silvio Pessoa.
Críticas e resposta
À Metrópole, Pessoa afirmou que a divulgação do destino Bahia é ineficaz: “Estamos sem Centro de Convenções, temos uma aeroporto que foi abandonado pela Infraero e faz mais de dois anos que não temos campanhas fortes em TV. Não temos nada na área de mídias digitais na Bahia. Hoje, enquanto todo mundo está no Instagram, Snapchat, Facebook, nós não temos uma mídia sequer funcionando a contento”. Alves, por sua vez, rebateu. “Na verdade, a gente tem colocado uma campanha atrás da outra. Ou ele não está acompanhando ou está viajando para o exterior, não sei. Mas ele não está sabendo. É bom acompanhar mais de perto”, disse.
José Alves: “Não temos controle”
Secretário de Turismo da Bahia, José Alves afirmou que o estado está de mãos atadas diante da questão do Pestana. “É uma situação que a gente não tem controle. É um bem privado. O máximo que podemos fazer é que às vezes aparecem pessoas interessadas em investir em Salvador e indicamos, entre outras coisas, o hotel. Fora isso, tenho conversado bastante com o diretor da rede Pestana para ver que evolução terá aquele empreendimento”, disse.
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