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Setps diz que não fará nova proposta e greve pode ser decretada amanhã

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Setps diz que não fará nova proposta e greve pode ser decretada amanhã

Mesmo com a intransigência dos representantes das empresas, o dirigente sindical afirmou que o martelo só será batido na reunião, prevista para as 9h, na sede do MPE

Setps diz que não fará nova proposta e greve pode ser decretada amanhã

Foto: Bruno Concha/Secom/PMS

Por: Matheus Simoni e Marina Hortélio no dia 21 de maio de 2018 às 18:33

A greve dos rodoviários que atuam na Bahia é inevitável e deve ser decretada amanhã (22), após assembleia da categoria pela tarde. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Hélio Ferreira (PCdoB), em entrevista à Rádio Metrópole. Mesmo com a intransigência dos representantes das empresas, o dirigente sindical afirmou que o martelo só será batido na reunião, prevista para as 9h, na sede do MPE.

"Só perco a esperança no último minuto. Acredito que os empresários tenham responsabilidade com a cidade. Deixar acontecer uma greve é uma grande responsabilidade da empresa. Estamos na expectativa de que façam uma proposta coerente", disse, em entrevista ao Jornal da Cidade 2ª Edição.

Hélio destacou que os membros da categoria ainda não foram convencidos de que o sistema está em crise. "Eu acho que os empresários têm que convencer os trabalhadores da situação. Eles não estão convencidos dessa situação. Eles têm que fazer palestras e abrir os livros e os caixas. Não tem uma crise provada. Além de ter a crise, os trabalhadores fazem a parte deles e fazem a jornada diariamente. Os trabalhadores não têm culpa", declarou o presidente. 

Sistema está um caos, diz diretor do SETPS

Durante o programa, o diretor de Relações Institucionais do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro, comentou as negociações entre empresários e trabalhadores e admitiu que o consórcio não fará uma proposta. Com isso, ficam escassas as chances de se reverter a situação da greve, prevista para acontecer a partir do primeiro minuto da quarta-feira (23).

"Tivemos um problema financeiro desde 2015 com a licitação. Se agravou a partir de fevereiro, com o preço que não conseguia equilibrar. Entramos com um pedido na Justiça comum para refazer o contrato com a prefeitura e pedindo para refazer o equilíbrio até que se faça uma nova licitação. No ano passado, as empresas tiveram R$ 120 milhões de prejuízo e, de 2015 para cá, R$ 335 milhões. Na realidade nós tínhamos combinado um valor de 28 milhões de passageiros equivalentes e hoje está em 21,8 milhões. Uma defasagem de passageiros. Isso significa que o contrato ficou totalmente desequilibrado", declarou.

Ainda segundo Castro, o setor passa por dificuldades por conta da falta de equilíbrio causada pelo contrato firmado no passado. "Eu estou pedindo hoje a maturidade, não demos o reajuste para que a gente consiga um equilíbrio com a prefeitura e à Justiça. O setor passa por um caos total. Tudo o que eu estou fazendo respinga no salário. Hoje não atrasamos salário, mas se continuarmos assim não vamos conseguir pagar 13º e pagar salário. É preciso que a sociedade pare para buscar uma alternativa madura e não um debate político", afirmou o dirigente.

O Setps cogita até mesmo entregar a concessão dos transportes à prefeitura para que seja feita uma nova licitação.