Após reforma de R$ 50 milhões, estádio de Pituaçu ostenta título de subutilizado

Quando o assunto é Estádio Roberto Santos, rebatizado de Pituaçu, a torcida não deixa mentir: dá para melhorar – e muito. A construção de 1979 comporta mais de 30 mil pessoas e marca verdadeiros golaços graças a atributos como energia solar, gramado natural e boa acústica. No entanto, o espaço que custou R$ 50 milhões aos cofres públicos para ser reformado, dá sinais de que não tem sido explorado como deveria.

Em se tratando de Campeonato Baiano e Copa do Nordeste, por exemplo, Pituaçu tem pouquíssimo protagonismo – fica quase sempre na sombra da Arena Fonte Nova – e sobrevive de uma programação composta por shows e eventos religiosos. Na edição deste ano do Baianão, a estrutura sediou somente quatro, das 17 partidas realizadas na capital. Nesta mesma temporada, a Fonte Nova foi palco de seis jogos e o Estádio Manoel Barradas, o Barradão, de sete.

“Está subutilizado”
O equipamento foi jogado para escanteio quando a Arena Fonte Nova ficou pronta. Com intermediação do Governo do Estado, o Esporte Clube Bahia chegou a um acordo com a Fonte Nova Negócios e Participações — vínculo que deve ser renovado em breve. A mudança de casa beneficia o consórcio, mas aos poucos empurra Pituaçu para o título de “elefante branco”. De acordo com a promotora do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Rita Tourinho, o Estado não comporta dois estádios públicos. “Obviamente está subutilizado”, declarou. 

Sudesb cita eventos
A Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) classificou Pituaçu como “o principal para os pequenos clubes de futebol profissional”. Argumento válido, não fosse a quantidade de dinheiro aplicado pelo governo no local. Já o diretor de Operações de Espaços Esportivos da Sudesb, Marcos Andrade, disse que “não há que se falar em subutilização”. O órgão argumentou ainda que, entre janeiro de 2017 e maio deste ano, 342 atividades foram realizadas.