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Inquérito sobre morte do publicitário Daniel Prata chega a 7 meses sem conclusão
Na próxima segunda-feira (8), completam-se sete meses do acidente que matou o publicitário Daniel Prata, de 28 anos, no Itaigara. Daniel seguia com a médica Luciana Lucetti, 34, pela Avenida ACM, quando seu veículo foi atingido pela Frontier dirigida pelo advogado e professor Roberto João Starteri, de 38 anos. O advogado foi detido por apresentar sinais de embriaguez e se recusar a fazer o exame de alcoolemia. Ele ficou preso em cela especial da Polícia Interestadual (Polinter) por apenas três dias e desde então segue solto. [Leia mais...]
Na próxima segunda-feira (8), completam-se sete meses do acidente que matou o publicitário Daniel Prata, de 28 anos, no Itaigara. Daniel seguia com a médica Luciana Lucetti, 34, pela Avenida ACM, quando seu veículo foi atingido pela Frontier dirigida pelo advogado e professor Roberto João Starteri, de 38 anos. O advogado foi detido por apresentar sinais de embriaguez e se recusar a fazer o exame de alcoolemia. Ele ficou preso em cela especial da Polícia Interestadual (Polinter) por apenas três dias e desde então segue solto.
Mesmo após quase sete meses da tragédia, o inquérito policial ainda não foi concluído. De acordo com o delegado Nilton Tormes, titular da 16ª Delegacia, que cuida do caso, “as investigações estão em fase de conclusão, mas ainda não há prazo”.
Na ocasião do acidente, em novembro de 2014, Tormes declarou que o professor já havia sido flagrado anteriormente dirigindo sob o efeito de álcool e já se envolveu em confusões por uso abusivo de bebida. O advogado de acusação, Bruno Nova, afirmou que vai apresentar nos próximos dias uma petição indicando que já foram produzidos materiais suficientes para finalizar o inquérito. “Já foi demonstrada a responsabilidade de Roberto João a título, inclusive, de dolo”, justifica.
Professor dirigia a 150 km/h, diz acusação
De acordo com o advogado da família da vítima, Bruno Nova, o professor dirigia a aproximadamente 150km/h, mais do que o dobro da velocidade permitida no local.
“Mesmo que Daniel tenha invadido o sinal de madrugada, a velocidade imprimida por Roberto João foi determinante. Se ele estivesse conduzindo o veículo na velocidade permitida ou próxima a ela, o publicitário teria totais condições de evitar o acidente. O professor não teve sequer reação, como a de desviar o carro ou frear. A batida foi frontal”, declara Nova.
O advogado defende que com a conduta, o professor assumiu riscos e que, portanto, não se trataria apenas de um crime de trânsito. Ele estava em uma das avenidas mais movimentadas e com maior número de cruzamentos de Salvador. Um cidadão de bem não pega um carro estando embriagado e imprime esse tipo de velocidade. Estamos tentando provar que não foi um crime culposo, mas um crime doloso, o que pode gerar uma pena de seis a 20 anos”, explica.
Defesa nega velocidade excessiva
O advogado de defesa de Roberto João Starteri, Sérgio Habib, mantém a versão de que o semáforo estava verde para o seu cliente e de que a vítima foi imprudente ao atravessar o cruzamento no vermelho, mesmo sendo madrugada – quando, em Salvador, os radares permitem a invasão. Além disso, Habib afirmou que o excesso de velocidade não foi comprovado. “O radar não flagrou velocidade excedendo o limite permitido na via. O professor não recebeu multa”, justifica.
Já sobre as testemunhas e ao exame realizado pelos agentes de trânsito, o advogado alega que “não há prova técnica de que ele estava embriagado na festa, já que o exame de alcoolemia não foi realizado”. “São apenas depoimentos que não necessariamente apresentam veracidade”, diz.
“Não tem desculpa”
A médica Luciana Lucetti, que estava no veículo de Daniel, está em recuperação neurológica. “Ela sofreu fraturas extensas, graves e passou por processos cirúrgicos”, diz Graça Paschoaliq.
“O resultado alivia a angústia, não a perda. Não tem desculpa para aquilo que aconteceu. Minha família era o Daniel, era meu único filho”, desabafa.
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