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Cliente relata homofobia de segurança no Shopping Barra; estabelecimento repudia

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Cliente relata homofobia de segurança no Shopping Barra; estabelecimento repudia

Estudante diz que homem o encurralou na pia do banheiro, pôs os dedos no seu rosto em formato de uma arma e gritou com ele, o chamando de "viado" e "pau no cu"

Cliente relata homofobia de segurança no Shopping Barra; estabelecimento repudia

Foto: Reprodução/ Instagram

Por: Juliana Almirante no dia 13 de janeiro de 2020 às 07:58

O estudante Jeferson Campos fez um relato no Instagram, no sábado (11), para denunciar um ataque homofóbico que diz ter sofrido no Shopping Barra, em Salvador.

Ele afirma que foi a um banheiro masculino, onde encontrou um segurança do estabelecimento conversando com um funcionário terceirizado da limpeza. O segurança teria declarado que estava sobrando mulher porque os homens estavam "tudo dando a bunda" e chamado os homossexuais de  "viados da desgraça". 

“Ora, sabemos que homofobia é crime. Por esse motivo ele não podia exprimir tal crime de maneira livre e num local público. Há um limite para a liberdade de expressão. O direito de um começa quando o do outro acaba. Até porque pessoas poderiam se ofender. Como foi o caso. Eu, enquanto gay, me identifiquei como tal e perguntei a ele qual era o problema dos homens "darem a bunda" e o que ele tinha a ver com isso. Disse que ele estava me ofendendo e ofendendo pessoas semelhantes a mim, e que homofobia era crime”, contou Jeferson. 

Segundo o estudante, o segurança o “encurralou” na pia do banheiro, pôs os dedos no seu rosto em formato de uma arma e gritou, dizendo que ele seria um "viado" e um "pau no cu" e ainda o ameaçou quebrá-lo na porrada. “Foi terrível! E, como se não bastasse, ele disse que nós, os homossexuais, estávamos cheios de razão e direitos”, disse.

Jeferson procurou a administração do Shopping Barra e conversou com o coordenador da segurança, mas recebeu como resposta a orientação de que poderia ter evitado a ameaça. “Usou como exemplo o fato de sermos negros e de sofrermos racismo. Ele disse que se escutar alguém dizer que não gosta de preto, que escutaria e iria embora, tentando colocar pano quente na situação. Imaginem. Naturalizando o racismo e a homofobia”, criticou o estudante. 

“Como um shopping que contrata um profissional para oferecer segurança permite esse tipo de postura? Num espaço onde o público é diverso, onde há uma predominância da comunidade LGBTQIA+”, questiona o cliente do shopping.

Procurado pelo Metro1, o shopping afirmou que “repudia qualquer forma de preconceito ou discriminação”. “Diariamente reforçamos esse posicionamento com nossos colaboradores e terceirizados. Essa situação narrada não reflete o pensamento do Shopping Barra e por isso pedimos desculpas”, diz a nota. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Hoje, sábado, por volta das 10:00 no banheiro masculino do L2 do @shoppingbarra , tinha dois caras conversando sobre a homossexualidade. Um deles trabalhava na higienização do banheiro, funcionário da empresa MAP que presta serviço ao shopping. O outro não conhecia até o momento. Este último gritava aos quatro ventos que estava sobrando mulher porque os homens estavam "tudo dando a bunda". E repetidas vezes chamavam os gays de "viados da desgraça ". Ora, sabemos que homofobia é crime. Por esse motivo ele não podia exprimir tal crime de maneira livre e num local público. Há um limite para a liberdade de expressão. O direito de um começa quando o do outro acaba. Até porque pessoas poderiam se ofender. Como foi o caso. Eu, enquanto gay, me identifiquei como tal e perguntei a ele qual era o problema dos homens "darem a bunda" e o que ele tinha a ver com isso. Disse que ele estava me ofendendo e ofendendo pessoas semelhantes a mim, e que homofobia era crime. O cidadão me encurralou na pia do banheiro, pôs os dedos no meu rosto em formato de uma arma e gritou dizendo que eu era um "viado", "pau no cu" e que ia me quebrar na porrada. Foi terrível! E, como se não bastasse, ele disse que nós, os homossexuais, estávamos cheios de razão e direitos. Procurei a administração do Shopping Barra, conversei com o coordenador da segurança e ele me disse que eu poderia ter evitado isso. Usou como exemplo o fato de sermos negros e de sofrermos racismo. Ele disse que se escutar alguém dizer que não gosta de preto, que escutaria e iria embora, tentando colocar pano quente na situação. Imaginem. Naturalizando o racismo e a homofobia. Então os homossexuais que foram assassinados poderiam ter evitado? Nos vários casos de feminicídio, as mulheres vítimas poderiam ter evitado? A postura desse senhor só reforça a cultura de sempre culparem a vitima. Posteriormente, através do funcionário da higiênização que estava na situação soube que o cara que me agrediu e me ameaçou era segurança do próprio Shopping. Como um shopping que contrata um profissional para oferecer segurança permite esse tipo de postura? Num espaço onde o público é diverso, onde há uma predominância da comunidade LGBTQIA+

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