Cidade
Pandemia deve deixar ‘trauma’ ao comunitário, acredita arquiteto Fernando Peixoto
Peixoto acredita ainda que, na arquitetura, o impacto da crise mundial de saúde deve deixar uma herança “mais tecnológica do que física”
Foto: Reprodução / Youtube
O arquiteto e urbanista Fernando Peixoto, um dos principais nomes da área na Bahia, acredita que a pandemia causa pelo coronavírus não deve deixar muitos reflexos perenes na sociedade. Ele ressalta, no entanto, que a aversão a atividades comunitárias, com aglomerações, deve permanecer. “Acho que vai ter um trauma, um resquício, ao comunitário. Aglomerações vão ficar mal vistas mesmo que inconscientemente. Tem uma série de coisas que continuam em voga [na arquitetura], sustentabilidade, por exemplo”, citou, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.
Peixoto acredita ainda que, na arquitetura, o impacto da crise mundial de saúde deve deixar uma herança “mais tecnológica do que física”. “Não tem muito o que fazer em um apartamento. Talvez rever essa coisa de 36 itens de lazer. Talvez tenha influência em diminuir, privatizar ou personalizar mais áreas que é oposta à corrente atual, que é de juntar tudo, criar apoio de lazer e outras coisas. Acho que isso talvez mude um pouco, pensar mais internamente. O resto é controle, colocar o termômetro na testa, que acho que não adianta nada e vai ser aquele negócio que já está existindo, que é um tratamento extraoficial”, apontou.
O arquiteto lembrou ainda de casos pitorescos da área em Salvador, como o que ele classificou de “arquitetura piriguete”. “A arquitetura piriguete é quando você pega um lugar lascado, e faz um prédio novo, todo bonitinho, e tal, daqui há 10 anos vai estar uma desgraça. Eu tenho ultimamente, com meu pessimismo mal informado, achando que a solução é a pobreza. Na pobreza não dá pra exercer a burrice. Você vê aquele elevado da Bonocô, aquilo é um horror”.
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