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'Nossa meta sempre foi transformar a vida das crianças', diz maestro Ricardo Castro

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'Nossa meta sempre foi transformar a vida das crianças', diz maestro Ricardo Castro

Sob regência dele, grupo Neojibá, criado em 2007, forma jovens músicos com foco em instrumentos de orquestra

'Nossa meta sempre foi transformar a vida das crianças', diz maestro Ricardo Castro

Foto: Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 04 de janeiro de 2021 às 13:20

Criados em 2007, os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, conhecidos pela sigla Neojibá, formam grupos de jovens com foco em música clássica e desenvolvimento pessoal de crianças e adolescentes. Em entrevista a Mário Kertész hoje (4), durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole, o maestro Ricardo Castro, responsável pelo grupo, comentou o processo criativo e a iniciativa de desenvolver esse trabalho com os mais jovens.

"Uma chamada no jornal para qualquer jovem que soubesse ler partitura e tocasse instrumento de orquestra. Apareceram mais ou menos 160 no TCA, onde iniciamos o Neojibá. Desses 160, fizemos uma seleção e ficaram 80 e poucos. Apareciam violão e viola caipira, que não são do mundo orquestral. Mas sentimos na juventude baiana essa vontade de poder fazer parte de um grupo. Todo jovem gosta de fazer parte de um clube ou um grupo. Quando a gente não oferece nada, eles acabam entrando no grupo errado, como o tráfico. Ele precisa fazer parte de algo que ele se sinta pertencente. O Neojibá apareceu oferecendo essa oportunidade da criança e do adolescente tocar um instrumento junto com seus colegas", disse Castro.

"A gente começou no teatro, começou aos poucos crescendo o grupo, muita criança querendo entrar no Neojibá. Logo de cara, o impacto artístico e emocional foi muito forte. O TCA cheio e vendo essas crianças tocando um concerto com poucas semanas de ensaio. Daí para frente, foi só sucesso", acrescentou. 

Questionado sobre a situação cultural, Ricardo Castro fez um panorama sobre o grupo e como os artistas são vistos pela sociedade. "Eu, como músico, se fosse só para tocar, eu ficaria na Europa. Aqui não faz muito sentido você só tocar. Só ser artista no Brasil não faz muito sentido. Você vai acabar na situação atual, onde a cultura foi uma das mais afetadas pelo confinamento. O Neojibá, no segundo dia de distanciamento social, estava online com atendimento psicossocial. A gente nunca parou. A pandemia não abalou em nada nosso programa, a gente não parou de fazer o que a gente fazia, a não ser os ensaios orquestrais. Nossa meta nunca foi o ensaio e o concerto, e sim transformar a vida dessas crianças. A gente cumpriu com o mandato, por assim dizer", declarou o maestro.