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Quarta-feira, 27 de março de 2024

Cultura

Roda Baiana: jornalista Jotabê Medeiros fala de biografia de Roberto Carlos

Cantor completou 80 anos e teve a vida contada em ‘Por isso essa voz tamanha’

Roda Baiana: jornalista Jotabê Medeiros fala de biografia de Roberto Carlos

Foto: Reprodução

Por: Gabriel Amorim no dia 22 de abril de 2021 às 15:33

O rei da música brasileira chegou aos 80 anos e sua vida virou mais um livro. A biografia ‘Por isso essa voz tamanha’, do jornalista Jotabê Medeiros, foi assunto desta quinta-feira (22) do Roda Baiana. O jornalista conversou com Fernando Guerreiro, Jonga Cunha e Faustão e contou as razões que o levaram a encarar o desafio de escrever sobre a vida do rei.

“O Roberto é, talvez,  o personagem que eu mais cobri como jornalista na minha vida. Então, há trinta e cinco anos que eu ando atrás dele pelo pelo Brasil, já fui a Jerusalém, atrás dele, já fui a Miami, já vi show dele em tudo quanto é lugar. A biografia, você sabe que o Roberto não gosta de biografia, foi um convite da editora, a editora me perguntou se eu não gostaria de fazer. É evidente que é quase como me pedir pra ir tomar sorvete, eu sou louco por sorvete. Aceitei há um ano e meio mais ou menos. Já tinha muita coisa, muita experiência também. Eu cobri, por exemplo, o funeral da mulher dele, Maria Rita, tinham mais de três mil pessoas no cemitério. Eu fui testemunha ocular dos crimes e dos, e das redenções do Roberto ``, brinca o jornalista.

Jotabê explica porque considera que o cantor faz jus ao título de rei. O primeiro motivo está nos números. Foram 43 discos lançados em 40 anos, uma produção que supera um disco de músicas inéditas por ano. A produção em série colocou Roberto como o artista brasileiro mais vendido do mundo. Mas não são só os números que deram majestade ao cantor.  “Ele conseguiu estabelecer diálogos com todos os movimentos, todas as correntes da música brasileira ao longo da carreira dele. Foi festejado pela Tropicália, também pela Elis Regina, Chico Buarque. Ele se relaciona com Tim Maia. Depois ele funda a música erótica brasileira, ele também é é o pai da música brega brasileira. Tudo que a gente ouve aí de brega, tem fé no Roberto Carlos. O Roberto tem esse monte de motivos”, acredita o jornalista.

Sobre os últimos anos de carreira e uma aparente falta de inovação, Jotabê defende o artista. “Eu acho o seguinte, você tem um cara que se a carreira dele se desenvolve junto com a indústria musical. Ele é muito exigido, então ele produz, como eu disse, um disco por ano. Acho, hoje, uma coisa inacreditável, alguém fazer um disco por ano. É muito, é uma exigência muito grande para um artista. Tem artistas que às vezes ficam quatro, cinco anos sem produzir nada, pensando porque é assim. O Roberto, não só encarou essa produção industrial, como conseguiu. Aí o cara chega aos setenta anos, você exigindo dele que ele faça um disco de inéditas por ano? Ao mesmo tempo, ele sempre quis ser João Gilberto. Ele imitou João Gilberto no começo da carreira. O João Gilberto é um cantor, é um intérprete. O Rober chega a maturidade, voltando a querer ser o João Gilberto, ele é um intérprete agora, o que é um direito dele, entende?”, defende o biógrafo.