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Primeiro filme rodado na Amazônia e desaparecido desde os anos 1920 é encontrado na República Tcheca

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Primeiro filme rodado na Amazônia e desaparecido desde os anos 1920 é encontrado na República Tcheca

"Amazonas, Maior Rio do Mundo", de Silvino Santos, feito em 1918, será exibido no Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália

Primeiro filme rodado na Amazônia e desaparecido desde os anos 1920 é encontrado na República Tcheca

Foto: Reprodução

Por: James Martins no dia 09 de outubro de 2023 às 16:16

Atualizado: no dia 09 de outubro de 2023 às 16:29

O filme “Amazonas, Maior Rio do Mundo”, feito em 1918 por Silvino Santos, roubado do diretor nos anos 1920 e, desde então dado como perdido, foi redescoberto agora e terá, finalmente, sua estreia mundial no Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, onde será exibido pela primeira vez nesta terça-feira (10).

Segundo o jornal The Guardian, o longa foi redescoberto no começo deste ano, num arquivo da República Tcheca, e identificado por especialistas da Itália e do Brasil.

Considerado o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia, o filme contém imagens raras da floresta e dos povos que a habitavam naquele início do século 20, —incluindo algumas das primeiras imagens em movimento conhecidas dos povos indígenas Uitoto. Há também cenas que mostram a extração de borracha e madeira.

“Não tínhamos a menor esperança de que este trabalho seria achado algum dia”, declarou ao jornal britânico o pesquisador Sávio Stoco, que é especialista em Silvino Santos. Para ele, a reaparição é “basicamente um milagre”. 

O diretor - Silvino Santos era português, mas passou a maior parte de sua vida na Amazônia. No início do século passado, era considerado um dos grandes cineastas de não-ficção do Brasil. Seu filme mais conhecido é o documentário “No País das Amazonas” (1922), uma tentativa de refazer o longa de quatro anos que tinha sido roubado e que ressurge agora.

A história do desaparecimento de “Amazonas, Maior Rio do Mundo” foi contada por Santos numa autobiografia nunca publicada, escrita pouco antes de ele morrer, em 1969. Segundo ele, o filme foi roubado por um parceiro, Propércio de Mello Saraiva, que negociava a venda internacional da obra e chegou até a rebatizar o filme.

Uma exibição de “Amazonas, Maior Rio do Mundo” no Brasil já está sendo planejada, ainda de acordo com o The Guardian.