Cultura
Morre a poeta Lygia de Azeredo Campos, companheira de Augusto de Campos, aos 92 anos
Com doçura e perspicácia, o casal fez de sua casa em São Paulo um ponto de encontro de artistas e amantes da arte do mundo inteiro
Foto: James Martins
Morreu neste domingo (14), perto de completar 93 anos, a poeta Lygia de Azeredo Campos (15/6/1931 - 14/4/2024), companheira do poeta concreto Augusto de Campos. A notícia foi publicada nas redes sociais, por amigos e familiares. No perfil da própria Lygia no Facebook, Augusto publicou simplesmente: "Lygia meu amor", em legenda a um poema de Emily Dickinson sobre o incontrolável da vida.
Lygia e Augusto fizeram de sua casa (de suas casas) um conhecido ponto de recepção a poetas, artistas e interessados de diversas gerações. A doçura e perspicácia dela estão descritas em relatos informais ou impressos de nomes como Caetano Veloso (em "Verdade Tropical") ou o videasta Tadeu Jungle.
Com poemas publicados esparsamente em revistas como a "Zero à Esquerda" (Nomuque Edições, 1981), Lygia publicou seu primeiro e único livro em 2019: "Passsos e Expassos" (Galileu Edições), em tiragem super limitada de apenas 50 exemplares. Entre as suas criações, destaca-se o "beijo-poema", dedicado a Augusto que tantos poemas a dedicou, incluindo "Lygia Fingers" (de "poetamenos") e "ly" ("Despoesia").
ly - de augusto de campos, 1990
Carioca, Lygia era irmã do também poeta Ronaldo Azeredo e de Ecila de Azeredo Grünewald. O sepultamento será no Cemitério do Araçá, em São Paulo, nesta segunda (15), às 13h.
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