
Cultura
Ana Maria Gonçalves se torna a primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras
Pela primeira vez em seus 128 anos de história, a Academia Brasileira de Letras (ABL) terá entre seus membros uma mulher negra

Foto: Léo Pinheiro/Divulgação
Após 128 anos de existência, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu, nesta quinta-feira (10), a primeira mulher negra a ocupar uma de suas 40 cadeiras. A escritora Ana Maria Gonçalves, autora do aclamado romance "Um Defeito de Cor", foi escolhida para a vaga que pertencia ao linguista Evanildo Bechara.
Mineira e com 54 anos, Ana Maria foi a primeira a oficializar a candidatura à cadeira de número 33 logo após a sessão da saudade em homenagem a Bechara, realizada em 27 de maio. A rapidez e articulação demonstraram o apoio sólido que sua candidatura já possuía dentro da instituição, o que a colocou desde o início como favorita.
Ela foi eleita com 30 votos, superando a escritora indígena Eliane Potiguara, que recebeu um voto. Outros 11 nomes também estavam na disputa: Ruy Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Hartmann, Remilson Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Áurea Domenech e Martinho de Melo.
A obra da autora é considerada um ponto de virada na literatura negra brasileira. "Um Defeito de Cor", publicado pela Record em 2006, foi um marco na elaboração da história do Brasil com olhos voltados à diáspora africana e aos efeitos da escravidão como modulares da identidade do país.
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