Relembre a história de Luiza Mahin, estrategista negra que articulou levantes e desafiou sistema escravocrata

Filha de africanos muçulmanos da etnia nagô, Luiza Mahin nasceu livre — provavelmente na Costa da Mina — e chegou ainda jovem à Bahia. No início do século 19, atuou como quituteira em Salvador, uma das poucas atividades permitidas às mulheres negras livres, mas sua importância histórica foi muito além das ruas por onde vendia seus doces. E essa história você vai conhecer agora, na primeira reportagem da série Personalidades Negras.

Nesta série especial, o Metro1 apresenta trajetórias de personalidades negras que transformaram a história, a cultura e a identidade da Bahia e do Brasil. A cada capítulo, um destaque que ajuda a compreender o legado de quem abriu caminhos e deixou marcas profundas.

Luiza era muito mais que uma vendedora. Era uma grande articuladora política e uma das líderes silenciosas dos grandes levantes de escravizados que marcaram a história baiana.

Foi peça-chave na Revolta dos Malês, em 1835, movimento de africanos muçulmanos que lutavam por liberdade e justiça. Graças à sua inteligência e domínio das línguas africanas, atuou como mensageira, transmitindo informações estratégicas e organizando encontros entre os revoltosos.

Sua história também se cruza com a do abolicionista Luiz Gama, que afirmava ser seu filho. Embora existam controvérsias históricas, o simbolismo dessa ligação é poderoso: uma mulher que lutou pela liberdade deu à luz um homem que a tornou real para milhares de outros.

Luiza Mahin representa a força e a astúcia das mulheres negras que, com coragem e astúcia, desafiaram o sistema escravocrata e deixaram um legado de coragem que atravessa séculos.

Na próxima reportagem da série Personalidades Negras você vai conhecer a história de Juliano Moreira, primeiro homem a receber o título de médico no Brasil.