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Sem patrocínio, espetáculo Noviças Rebeldes chega ao fim

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Sem patrocínio, espetáculo Noviças Rebeldes chega ao fim

O espetáculo Noviças Rebeldes, sucesso da Cia. Baiana de Patifaria, terá sua última apresentação neste sábado (7), de acordo com postagem do ator Lelo Filho no Facebook. A temporada no Teatro Isba, prevista para se estender até o final de maio, ganha essa triste morte súbita por falta de apoio, patrocínio e (mesmo) de público. [Leia mais...]

Sem patrocínio, espetáculo Noviças Rebeldes chega ao fim

Foto: Divulgação

Por: James Martins no dia 05 de abril de 2018 às 08:30

Atualizado: no dia 05 de abril de 2018 às 08:40

O espetáculo Noviças Rebeldes, sucesso da Cia. Baiana de Patifaria, terá a última apresentação neste sábado (7), de acordo com postagem do ator Lelo Filho no Facebook. A temporada no Teatro Isba, prevista para se estender até o final de maio, ganha a triste morte súbita por falta de apoio, patrocínio e (mesmo) de público. "Não será a última da temporada que, na verdade, estava prevista até o final de maio desse ano. Será o fim do espetáculo", escreveu Lelo, após relatar a dificuldade que enfrentou para dar a notícia ao elenco e à produção.

Noviças Rebeldes, dirigido por Wolf Maia, voltou aos palcos no ano passado, como parte das comemorações pelos 30 anos da Companhia, para a qual o ator considera que faltou respeito. "Confesso que não foi fácil escrever para equipe sobre a interrupção da temporada, exatamente porque o elenco de NOVIÇAS REBELDES deu o sangue para trazer a peça de volta ano passado. Eles mereciam mais. A Cia Baiana de Patifaria merecia mais. Mais respeito, especificamente", desabafou.

O espetáculo, que já ficou em cartaz por duas semanas no off-Broadway, em Nova York, em 1997, foi bastante elogiado pelo jornal The New York Times na ocasião. "Nos colocaram num lugar dentro do teatro baiano que faz parecer que a vida de quem integra nossa trupe é fácil, tá tranquila, tá favorável. (...) Quando tudo que fizemos até aqui foi tentar, a duras penas, uma independência financeira dos editais", escreve Lelo Filho.

Ele cita ainda a concorrência com os stand-ups protagonizados por youtubers, de produção muito mais barata: "São 36 anos de estrada e 8 peças no repertório, mas conto nos dedos de uma mão as vezes que a palavra patrocínio entrou em nosso vocabulário. Mas antes trabalhávamos 5, 4 dias por semana e conseguíamos ter o ʹfundo de caixaʹ para gerar essa ʹindependênciaʹ [da política de editais]. Hoje mal conseguimos ficar 2 dias com alguma demanda de público, enquanto celebridades da internet abarrotam 2, 3 até 5 mil lugares para contar piadas sem nenhum investimento em cenografia, figurino, produção realmente".

Leia abaixo o texto na íntegra: