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ʹIrmã Dulce matou minha fomeʹ, lembra Paulo Coelho

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ʹIrmã Dulce matou minha fomeʹ, lembra Paulo Coelho

Paulo Coelho, o maior fenômeno literário do mundo moderno, publicado em mais de 160 países e traduzido em 73 idiomas, lembrou uma passagem importante de sua vida envolvendo a baiana Irmã Dulce: "Ela me deu de comer", disse o escritor em entrevista a Pedro Bial exibida pela Globo na semana passada. [Leia mais...]

ʹIrmã Dulce matou minha fomeʹ, lembra Paulo Coelho

Foto: Divulgação

Por: James Martins no dia 11 de abril de 2018 às 08:10

Atualizado: no dia 11 de abril de 2018 às 08:19

Paulo Coelho, o maior fenômeno literário do mundo moderno, publicado em mais de 160 países e traduzido em 73 idiomas, lembrou uma passagem importante da vida dele com a baiana Irmã Dulce: "Ela me deu de comer", disse o escritor em entrevista a Pedro Bial exibida pela Globo na semana passada.

"Eu ajudo várias instituições, mas, as mais conhecidas no Brasil são a Irmã Dulce...", inicia Paulo, em resposta sobre destinar parte da fortuna à filantropia. Ao ouvir o nome da beata, Bial interrompe o escritor: "Que te alimentou quando você era hippie". E Paulo confirma, corrigindo: "Não, quando eu fugi de casa. Ela me deu de comer!".

A citação remete a um dos episódios de conflito familiar envolvendo o autor de "O Diário de um Mago", que ele já contou anteriormente. "Tive o privilégio de conhecer Irmã Dulce, na minha juventude, quando eu fugi de casa e fui parar na Bahia. Cheguei na Bahia sem um centavo. Eu devia ter uns 18 anos e, enfim, estava totalmente perdido, não sabia como continuar (...) e aí alguém me indicou essa santa. Eu fui até lá e me lembro, como se fosse hoje, de várias pessoas na porta pedindo alguma coisa e, entre elas, eu. Eu entrei e ela me disse: ʹOlha, meu filho, a única coisa que eu posso fazer é te dar dinheiro pra voltar pra casa, conseguir uma passagem. E, efetivamente, voltei de tarde, naquele dia, e ela me deu a passagem pra voltar pra casa", disse, em depoimento para a fundação que leva o nome da religiosa.

Paulo Coelho conclui: "Então, eu serei eternamente grato a Irmã Dulce, porque, enfim, no momento que eu precisei (e milhares de pessoas precisaram) ela estava lá para ajudar. Não é uma conversa, ela é realidade".

O encontro entre o Mago e Irmã Dulce se deu em 1967, quando ele fugiu da 3ª internação em um hospício no Rio de Janeiro, imposta pelo próprio pai. Após o encontro com o "anjo bom da Bahia", o aspirante a letrista e escritor de sucesso nunca mais seria internado. "Um pequeno milagre", definiu Fernando Morais, biógrafo de Paulo Coelho.