Cultura
Luiz Caldas fala sobre novos projetos e recorda anos iniciais da axé music
Em entrevista à Rádio Metrópole, cantor, compositor e multi-instrumentista ainda comentou a sua escolha por permanecer na Bahia mesmo após o sucesso nacional
Foto: Tácio Moreira / Metropress
O cantor, compositor e multi-instrumentista Luiz Caldas revisitou a própria trajetória e falou sobre os projetos mais recentes, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, durante o Jornal da Metrópole no Ar, hoje (17). Desde 2013, o artista disponibiliza em seu site, de forma gratuita, um disco diferente a cada mês, navegando por diferentes gêneros musicais e sempre com composições inéditas. Um dos mais recentes, "O Fogo do Forró", tem a participação de Geraldo Azevedo.
"Esse projeto me deixa em uma felicidade muito grande. Em julho, mesmo, eu tô lançando um disco que se chama 'Guitarra Brasileira', com 10 músicas inéditas, e nesse disco, que é todo instrumental, tem Pepeu Gomes, Armandinho, Luiz Carlini, Frank Solari, Robertinho do Recife, Lulu Santos, que é um grande guitarrista também, eu convidei toda essa galera. É um projeto bonito, porque é música feita de coração e dada de graça", disse.
O pai da axé music também falou sobre os tempos de dificuldade no início do movimento musical, quando, segundo ele, praticamente não havia equipamento e bons instrumentos disponíveis, e lembrou uma de suas mais famosas composições da época, "Haja Amor", parceria com Chocolate da Bahia. "Jamais iria passar pela minha cabeça que iria se tornar um clássico do carnaval. Nem digo do carnaval, mas da alegria, da música alegre brasileira. O que me deixa muito feliz é que é uma música que dispensa essa coisa de rótulos e de idade. As pessoas, quando escutam, ficam felizes", disse.
Luiz Caldas ainda comentou a sua escolha de não sair da Bahia mesmo após fazer sucesso nacional e se disse mais interessado na arte do que no dinheiro. "Eu podia ter ido morar no Rio de Janeiro ou em São Paulo, porque era muito mais perto das TVs, como todos os artistas faziam, mas eu disse 'pô, o avião tá aí, o aeroporto tá aí, eu pego o avião, vou lá, trabalho e volto'. E o lance de grana, também, o fato de viver nos bailes comendo arroz e ovo todos os dias, dos 7 aos 16 anos, me tirou essa ganância por grana. Eu sempre tive muito mais interesse na arte", recordou.
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