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De autoria de Jorge Portugal, ópera com 'Romeu e Julieta' negros terá produção francesa

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De autoria de Jorge Portugal, ópera com 'Romeu e Julieta' negros terá produção francesa

Gravação será no Recôncavo e em Salvador, de acordo com Portugal

De autoria de Jorge Portugal, ópera com 'Romeu e Julieta' negros terá produção francesa

Foto: Tácio Moreira/ Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 09 de setembro de 2019 às 12:10

O professor, poeta e compositor baiano Jorge Portugal disse, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (9), que terá uma ópera cujo texto foi composto por ele produzida pela rádio e TV francesas. 

Ex-secretário de Cultura da Bahia, Portugal contou que foi desafiado pelo maestro italiano Aldo Brizzi a escrever, pela primeira vez, o libreto de uma ópera.

Ele narra que teve a ideia de criar um argumento com uma espécie de "Romeu e Julieta" do mundo negro. 

"Escrevi a história de um casal apaixonado, mas de um amor um tanto quanto impossível, porque ele era banto. Os negros bantos vieram na primeira leva e trabalhavam na lavoura de cana, portanto pessoas que tinham um trato ainda meio rude. E ela, nagô (iorubá) e veio na segunda leva. Geralmente, filhos e filhas da realeza africana. Um casamento desse não seria bem recebido pelo pai dela. Resultado, briga e desavença. Ela termina engravidando dele e ele é capturado em um dos quilombos. E termina com o filho dela nascendo. Perguntam que nome ele vai ter. O nome dele só pode ser 'Brasil'", diz. 

Depois de uma entrevista dada por Brizzi na França, a história chegou aos ouvidos do assessor cultural do presidente da França, Emmanuel Macron. Assim, a rádio e a televisão francesas decidiram produzir a ópera do compositor baiano. A gravação será no Recôncavo e em Salvador, de acordo com Portugal.

Conhecido pela apresentação do programa educativo "Aprovado", exibido na TV Bahia, Jorge Portugal também lembrou, durante a entrevista, como começou a sua trajetória no ensino.

Ele descobriu a afinidade com a docência quando substituiu um professor de português quando era aluno bolsista de um cursinho em Salvador. Depois de chamar atenção do diretor da unidade, ele começou a ministrar aulas à tarde, ainda enquanto recebia aulas durante o dia. 

"Comecei a ensinar com música, cantando música, parando a música e analisando. Isso se espalhou pela cidade inteira. 'Tem um maluco aí que dá aula cantando e todo mundo adora'. Todos os cursinhos caíram em cima de mim", brinca.