Cultura
'É como se tivesse arrancando uma coisa minha', diz Adelmário Coelho sobre abate de jumentos
"Nenhum outro estado do Nordeste conseguiu viabilizar esse abate e acho muito triste", reclamou.
Foto: Lara Curcino/ Metropress
O cantor Aldemário Coelho criticou, durante entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (11), o abate de jumentos que é feito por frigoríficos no estado. Natural de Curaçá, o forrozeiro lembrou que o animal faz parte da cultura do nordestino, principalmente do interior do estado.
"Vejo com tristeza e te falo com maior sinceridade: é como se tivesse arrancando uma coisa minha", lamentou.
Ele diz que quem já andou em lombo de jumentos e dependeu dos animais reconhece a importância deles como uma espécie de bicho de estimação. Adelmário se uniu ao compositor Junior Vieira e lançou a canção "Burro é quem mata jumento".
"As veredas do sertão hoje são desvirginadas por moto. Claro que cresceu a população, mas é um destino muito cruel e a Bahia, na minha opinião, está na contramão, porque é o unico estado que conseguiu oficializar essa matança dos jumentos. Nenhum outro estado do Nordeste conseguiu viabilizar esse abate e acho muito triste", reclamou.
Abate
O abate dos jumentos era proibido por uma liminar, que foi suspensa no dia 13 de setembro deste ano. Segundo informações do vice-presidente do TRF, de Cássio Marques, a liminar da Justiça Federal feria a economia pública, porque a suspensão do abate interrompe atividades e comercialização de produtos e também promove um déficit na geração de emprego e renda.
Já dia 11 de setembro, uma fazenda de criação de jumentos de Itapetinga foi interditada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente após denúncias de maus-tratos aos animais. A estimativa é de que cerca de 200 jumentos tenham morrido no local.
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